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cinetenisverde
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3,5
Enviada em 9 de abril de 2018
Participei da coletiva após a cabine de Todo Clichê do Amor com a inspiradora equipe, que já começou com a declaração do produtor, Daniel Gaggini, deixando claro que este filme foi produzido 100% com recursos próprios, o que é um mérito imenso e incalculável frente às toneladas de trabalhos que estreiam hoje em dia já com o rótulo de propaganda estatal. Além disso, a simpatia e a simplicidade de seu elenco, formado pelas belíssimas Débora Falabella, Marjorie Estiano, Gilda Nomacce e Clarissa Kiste, e o diretor (e ator e roteirista) Rafael Primot, deixam claro que este é um produto de livre iniciativa que precisa da divulgação boca-a-boca, mas que nem por isso se priva de desafiar alguns conceitos interessantes do clichê romântico, entrelaçando três histórias sobre o tema da maneira mais brega possível, trazendo portanto à tona não a sua pieguisse, mas o que sobre de tudo isso: uma análise metalinguística sobre essa parte do cinema e teatro que poucos tentam entender e muitos repudiam como filme de mulherzinha. Este é um trabalho profundo o suficiente para que suas risadas escritas não funcionem, mas não dramático o suficiente para que esqueçamos sua mecânica de construção, apelando para narrativas em off de três protagonistas, o entrelaçamento das histórias no estilo pista e recomensa e a tensão fundamental entre seres humanos apaixonados que não conseguem se comunicar. O fato de ter uma surda, uma cega e uma pessoa que não sente o paladar dos alimentos é alegoria o suficiente para entendermos.
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