Inspirado em uma história real, A Mula traz a saga de Earl Stone, um ex-combatente do Vietnã que, em seus 90 anos, se vê falido e desempregado. Baseado no artigo do New York Times sobre Leo Sharp, um veterano que se tornou a mula mais velha de um cartel mexicano, o filme aborda temas como arrependimento, família e moralidade.
Na trama, Earl vive em uma pequena cidade conservadora de Illinois, onde negros e latinos enfrentam preconceitos por parte da maioria branca. Ele sustenta a família cultivando lírios, mas, incapaz de se adaptar aos novos tempos e à internet, perde sua relevância e seu sustento. É então que, com um histórico impecável de direção, é recrutado por um cartel para transportar drogas pelo país. Movido pela vontade de ajudar financeiramente aqueles que ama, aceita o trabalho, sem imaginar que o FBI (liderado pelos agentes interpretados por Bradley Cooper, Michael Peña e Laurence Fishburne) está em sua cola.
O filme carrega a marca registrada de Clint Eastwood: uma narrativa sólida, personagens fortes e uma reflexão sobre injustiças sociais. Embora elogiado pela crítica, especialmente pela atuação de Eastwood e pelo elenco de peso, que inclui Dianne Wiest, A Mula apresenta um ritmo mais lento e convencional.
O conservadorismo do protagonista, especialmente em relação a minorias, pode gerar desconforto para alguns espectadores, mas reflete a realidade de uma América contemporânea ainda marcada por divisões sociais – um retrato fiel ao período do governo Trump. Apesar de não ser o melhor trabalho de Eastwood, é um filme competente e tecnicamente impecável.