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Carlos Henrique S.
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809 críticas
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4,0
Enviada em 11 de setembro de 2021
Lembra de certo ponto a premissa de "Rien que les heures" que propunha também mostrar o dia de uma cidade, mas "Um Homem Com Uma Câmera" se diferencia daquele filme, pois aqui Dziga Vertov impõe suas experimentações em busca de propor sua visão de cinema, o cinema para ele é mostrar o natural, a beleza do cotidiano.
Vertov usa sua câmera como se fosse nossos olhos, uma Câmera que percorre livremente as ruas da sociedade soviética e seus contrastes situacionais. Do nascimento de uma criança, até um homem à beira da morte e a intenção de transmitir o real, nada de encenação, Vertov acreditava num cinema que hoje podemos chamar de documentário.
Documentar o dia a dia na visão dele era apresentar o verdadeiro cinema, a beleza da arte cinematográfica estaria na naturalidade das coisas. É muito interessante perceber um fascínio que ele tinha no seu "Cine-olho" e em mostrar até mesmo a realidade de quem está filmando aquilo, afinal, tudo está no intrínseco do mundo.
O filme tem o ritmo de sua época, um ritmo acompanhado por uma música marcante (adoro aquela música). Se queremos pesquisar como viviam as pessoas dos anos 29~30, assistir a esse documentário é mais que suficiente. Mostra tudo: trabalho, lazer, nascimento, vida, esporte, transporte... A verdade sendo "pega desprevenida".
O fato é que não há muita história a ser contada, mas muita história dentro do que a câmera mostra. Se você for assistir hoje ela com certeza trará uma visão diferente de quando as pessoas assistiram à época (e sua conclusão dentro da sala de cinema é de uma recursão deliciosamente humana e artística ao mesmo tempo), e talvez ao assistir daqui a algumas década isso mude novamente. De certa forma, “Man With a Movie Camera” extrapola o que todo filme indiretamente é: um registro documental de uma era.
Filme interessante, principalmente pensando na época que foi feito! Um filme cheio de nuances e que fugiu a regra dos filmes feito até aquele momento, um filme bom e revolucionário!
Vertov não conseguiu se adaptar ao mundo socialista e jamais obteve o mesmo feito que ele adquiriu através desse filme. No entanto, com "O Homem da Câmera" ele conseguiu o seu maior objetivo, em potencializar ao máximo na tela todo o poder que pode proporcionar a arte cinematográfica. Veja a minha analise completa sobre o clássico no meu blog https://cinemacemanosluz.blogspot.com/2019/07/cine-especial-clube-de-cinema-de-porto.html
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