"Hereditário" consegue se utilizar de terror psicológico muito bem, mesclado o suspense e drama alinhado a uma ótima técnica e bom roteiro, feito pouco usual para filmes de terror ultimamente. Outros que tem tal requisitos também são "Babadoock" e "A bruxa", embora goste mais desses dois, "hereditário" tem algo a mais, ele consegue se apropriar do termo "terror" com maior amplitude, pois o mesmo, dá medo e assusta, de verdade, não com jupscare e aumento de trilha, seu terror não desce o nível, ele prefere usar a tensão com constantes traumas que vão abalando o telespectador psicologicamente, o amaciando, como um cozinheiro batendo um bife, para em seu ato final, desabrochar de vez, ato que é o divisor de águas entre críticas, entre amar e odiar, eu amo, pois o mesmo é bem amarrado com o restante da obra e foge um pouco do terror psicológico para apenas terror, puro e simples, eu compro sua ideia, compro seu roteiro e compro sua tensão. Tecnicamente, o longa do iniciante Ari Aster é extremamente competente, com uma técnica usual de clássicos filmes de terror, com câmeras invertidas e planos médios constantes, como "o inquilino" e "halloween" o filme é extremamente claustrofóbico e solidário, sua técnica causa angústia e explime exatamente os sentimentos que se espera em um filme de terror; nojo, tensão e medo, com seus enquadramentos grosseiros e sua trilha arrojada, sempre no corte certo o que ajuda no encaixe de todos esses fatores é a maravilhosa atuação de Toni Collette, a atriz está assustadoramente bem no papel, se entregando a psicose e os conflitos do seu personagem, poderia ser uma boa indicação ao Oscar, se a academia valorizasse tal gênero de longa metragens. "Hereditário" entra pro seleto roll de filmes de terror que cumprem seu objetivo através de suas qualidades técnicas e artísticas, um dos destaques de 2018.