Há nessa obra uma nova abordagem sobre as figuras já tão conhecidas da cultura popular do universo de Sherlock Homes, porém muito mais descontraída para atrair um público mais infanto-juvenil. Dessa forma, deparamo-nos com Enola Holmes, a irmã mais jovem da família Homes, que se encontra sozinha pela primeira vez após o desparecimento de sua mãe. Com isso, depois de muito tempo seus irmãos retornam para sua casa, o renomado detetive Sherlock com o objetivo de investigar o desaparecimento e Mycroft procura uma “solução” para Enola, mas como não deseja ir para um colégio interno, resolve fugir e trilhar seu próprio caminho em busca do paradeiro de sua mãe.
O filme é bem estilo Sessão da Tarde, com uma variada de conveniências e com uma quebra da quarta parede forçada que é boba e as vezes irritante com a constante narração, bem no estilo de “Dora a aventureira”, que age como se o telespectador fosse um idiota, tornando-o extremamente infantil. Henry Cavill está com uma boa atuação, mas em conclusão é que parece que ele não se encaixa muito bem no papel de Sherlock, passando pouca profundidade e emoção.
A trama é baseada em duas linhas, uma de autodescoberta da protagonista e a outra do mistério que está entrelaçada com uma reflexão sobre as mulheres no que tange os abusos que elas sofriam e a luta por direitos iguais. O filme enaltece a todo momento a emancipação feminina, mas de maneira sutil e as atuações ajudam muito nesse aspecto, em que você vai notando aos poucos o quão grande é o movimento que está por trás do mistério.
No entanto, todo esse foco feminista é ofuscado por um romance clichê e desnecessário. Portanto, apesar da obra sobre a irmã mais nova de Sherlock ser bem interessante e a parecer ter um bom potencial, ser composto por ótimos atores, fotografia boa, um humor legal, ele não convence, pois é clichê, previsível e a história fraca e sem profundidade, isto é, foi completamente mal executada.