BRIGHTBURN: FILHO DAS TREVAS
Superman de Injustice?! O poder corrompe?!
Uma análise de fã para fãs. Por João Ferreira
Nosso estória começa com a seguinte premissa: uma nave alienígena cai na Terra contando um recém-nascido, nave essa encontrada por uma família americana, sem filhos, morando em uma fazenda no interior do Kansas que resolve criar esse extra terrestre como filho por ele ter a aparência humana, até ai você se identifica com o enredo pois já viu isso em algum lugar não foi mesmo? Nessa nova produção da Sony dirigida por David Yarovesky temos uma versão diferente da estória do último filho de Crypton, Kal da casa El, que na terra responde ao nome de Clark Kent e como o passar dos anos se torna o herói mais conhecido das revistas em quadrinhos: Superman. Mas aqui não se trata mais do herói escoteiro e sim de Brandon Breyer (Jackson A. Dunn) uma criança que descobre adolescente que tem poderes e depois de entrar em contato com algum tipo de frequência hipnótica, da sua nave, e após alguns outros acontecimentos resolve ser do mal, institivamente ou não.
As expectativas com relação a esse longa estavam muito grande em função de uma pessoal: James Gunn. Após o sucesso dos dois filmes dos Guardiões da Galáxia da Marvel Studios ele agora atua nesse filme como produtor e influenciou de alguma forma essa obra. A fuga do padrão do gênero de super heróis clássico, já é por si um desafio e tornando-o em um conto de terror, mais ainda. Aqui não temos o padrão estabelecido da Jornada do Herói de Campbell, muito pelo contrário, a fórmula usada é inovadora e junto a isso um nome de peso com James Gunn ajudou a levantar o hippie da produção. Tudo acontece na cidade de Brightburn, Kansas e o filho do casal Tori Breyer (Elizabeth Banks) e Kyle Breyer (David Denman), crescia bem e tranquilo com um adolescente normal. O filme se reserva no direito de avançar os fatos em pelo menos uns dez anos, haja vista o que ocorrera na infância de Brandon já ser conhecido do básico das estórias do Superman. O Casal tem uma vida normal com seu filho até quem um dado momento ele começa a apresentar um tipo de comportamento sonambulo e mesmo sendo um jovem inteligente e amigável, passa a ter comportamentos diferentes e isso se intensifica.
Logo em seguida Brandon descobre sua invulnerabilidade e assim começa a ter dúvidas do que ele possa vir a ser. Seu comportamento muda e o pai percebe, mas a mãe não liga e relaciona isso a puberdade e algo do tipo e desconsidera que isso possa ser algo ruim de fato, até em tão as origens do garoto não haviam sido reveladas, nem para o protagonista e nem para o público, pois havia ai algumas particularidades, que mais na frente é explicado. Brandon passa de uma criança respondona a agressiva e começa a agir com uma violência incomum além de não ser corriqueiro, no cinema essa abordagem: crianças cometendo assassinatos. As referências ao Superman, acabam nesse gatilho para a violência, pois além de passar a ser agressivo, violento e desobediente, Brandon começa a mentir e omitir fatos, nesse ponto a criatividade e as possibilidades meio que caem um tipo senso comum e explorando pouco recursos os crimes cometidos não estimulo e torna a experiência menos atrativa.
Matando desenfreadamente e sem justificativas a imaturidade do personagem chega a irrita em alguns momentos, deixando incompleta o que a narrativa desejava do mesmo. Sem nenhum tipo de heroísmo que possa depois tornar a experiência não suficiente para o satisfazer a repentina vilania pareceu até certo ponto artificial e forçada. Óbvio que o filho das trevas deveria ser mal, mas até alguns vilões podem em algum momento terem sido boas pessoas que sofreram e encontraram de uma forma ou outra satisfação na vingança ou na revolta, aqui foi apenas algumas vozes em um tipo de idioma alienígena, momentos ruins e interferências meio que equivocadas do pais na hora de aconselhar e repreender, que desencadearam toda essa transformação em Brandon.
Um ponto alto do filme, para quem curte o gênero de terror são as mortes, pouco criativas mas muito adequadas, pois era, mesmo que com muitos poderes, apenas uma criança e os requintes de crueldade são de fato limitados. Com a gama de poderes que Brandon possui, até que o roteiro distribuiu as mortes para cada tipo de poder. O efeitos práticos torna a experiências menos fantasiosa e até certo ponto realista diante de uma certa suspenção de descrença, adequada para personagem. As técnicas de corte de câmera, elipses e os poucos efeitos especiais usados se unem bem. O filme deixa muitas pontas soltas e uma pretensão de continuação ou quem sabe um universo compartilhado de seres poderosos malignos. As cenas mostradas em cenas de meio de créditos mostra que Brandon continua sua jornada de vilania e deixa em aberto um pensamento que muitos de nós talvez nunca tivemos que é o medo de seres com super poderes, pois somos acostumados com temática do herói que se esconde como um repórter, tem patriotismo e é piedoso. Será se seria possível um ser com tantos poderes ser benevolente mesmo? O poder corrompe? Nesse longa vemos que nem sempre com grandes poderes vem grandes responsabilidades.