"Quando eu conto a minha história para as pessoas, elas não acreditam. Eu acho que eu também não acreditaria na história se fosse outra pessoa me contando ela, mas, como sou eu que estou contando, eu sei que cada palavra dela é verdadeira". Esta frase, que abre o documentário "Três Estranhos Idênticos", dirigido por Tim Wardle, é perfeita para resumir o que este filme representa, pois existem certas histórias que a gente só acredita que são reais porque estamos testemunhando as pessoas que participaram deste fato dividirem o que aconteceu conosco.
Na década de 80, na cidade de Nova York, três estranhos, porém idênticos, descobrem que são trigêmeos que foram separados na agência de adoção na qual foram deixados. Cada um deles foi criado por uma família diferente, em localidades distintas, entretanto, por uma daquelas obras do destino, a trajetória deles chegou a um ponto comum a partir do instante em que Eddy Galland e Bobby Shafran se encontraram - o que levou, consequentemente, à descoberta da existência também de David Kellman.
Não bastasse esta história de um reencontro extraordinário, de três irmãos que aprenderam a ser uma família, "Três Estranhos Idênticos" ainda nos brinda com uma segunda reviravolta ainda mais surpreendente que a primeira: a revelação de um segredo que explica o por quê da agência de adoção ter decidido pela separação deles quando eles ainda eram bebês.
Este relato nos é contado de uma forma até burocrática pelo diretor Tim Wardle. Parece que ele sabe que a força da sua narrativa advém dos depoimentos dos envolvidos neste acontecimento e, claro, da história que eles compartilham conosco. Desse jeito, não tem como um filme como "Três Estranhos Idênticos" dar errado. E algo me diz que, no futuro, ainda veremos mais obras sobre os desdrobamentos dessa jornada. Essa trama não acaba aqui.