Em seu primeiro longa metragem, Iñárritu já consegue mostrar talento. Amores perros conta três histórias paralelas que se unem através de um acidente de carro. É um filme realista, cru, violento e ao mesmo tempo sensível, afetuoso. Iñárritu passa esse espírito com as câmeras na mão expressando o comum e amador.
São três histórias comuns que são unidas pela tragédia e por cachorros, que estão presentes como eixo narrativo aqui.
Um ponto interessante do longa é como ele trata a dualidade entre o amor e a violência, assim como os cachorros de briga, os personagens ora estão em tormentas, momentos conflitantes de seus personagens, ora estão em calmarias, momentos de carinho e afeto.
É um filme cruel com seu espectador, mostra a realidade nua e crua, o sofrimento dos personagens é muito palpável, principalmente na primeira e na última história, as quais mais me marcaram.
O desfecho da obra mostra que nem tudo tem um final feliz, ou nem mesmo um final, a vida segue apesar das tragédias, formando veteranos de guerra. O filme não busca nenhuma redenção barata, encerra como um soco no estômago, a desgraça se torna inerente aos seres humanos.
O filme acaba pecando em seu ritmo, o tempo pesa devido à desconexão das histórias, que não tem um eixo muito forte e acabam sendo quase independentes. Apesar disso, Iñárritu abre sua filmografia com um excelente filme.
Nota: 8.3