Judy - Muito Além do Arco-Íris, traz de volta Renée Zellweger de volta aos holofotes hollywoodiano depois de alguns anos não de ausência e também de alguns filmes comuns de pouco apelo comercial.
Renée voltou com tudo, sua atuação como Judy Garland, atriz mirim que iniciou a carreira fazendo o já clássico 'O Mágico de Oz' de 1939, é um dos melhores femininos do ano passado. Renée fez um trabalho de estudo muito detalhado para poder retratar os trejeitos, a voz, os 'tics', o temperamento, a forma de cantar e de se postar no palco. Ela pode não se parecer fisicamente com Judy Garland, porém ela praticamente mergulha na personagem e é impossível não associar as duas, pois há uma semelhança na postura gigante.
Renée sempre foi uma grande e talentosa atriz, e estava precisando de um papel assim que a desafiasse novamente, depois de alguns bons anos de ausência, logo depois que ganhou seu primeiro Oscar no começo da década de 2000 por Cold Mountain, Zellweger acabou sumindo dos holofotes e fazendo alguns papéis menos badalados em filmes sem muito barulho em Hollywood, tendo alguns pequenos problemas pessoais durante sua jornada.
Ela está indicada ao Oscar de Melhor Atriz, e já está com a estatueta garantida, muito por ter ganhado em todas as outras premiações até então por este trabalho, ou seja, este ano é de Renée e ela voltou em grande estilo e será justamente premiada, mesmo que a interpretação de Scarlett Johansson em 'Marriage Story' também pudesse ser lembrada em alguma premiação passada. -
Citei exclusivamente a Renée Zewellger acima, pois em minha visão e opinião, é o ponto alto, chave e principal do filme 'Judy'... pois de resto, ao meu ver, deixou muito a desejar.
O filme dirigido por Rupert Goold é até bem montado, com idas e vindas na época em que Judy filmava 'O Mágico de Oz' e o presente entre os EUA e a Londres da década de 60 em seus últimos meses de vida, essas idas e vindas não atrapalham a experiência de acompanhar a história, mas faltou muita emoção no filme, muito sentimento. Por mais que a atuação de renée seja esplêndida, o que é mérito total dela, Goold não conseguiu fazer com isto favorecesse seu filme, até simpatizo com a personagem principal, mas não me emocionei profundamente com esta sua jornada por Londres em seus momentos finais. Eu não me peguei torcendo por Judy, nem me preocupando profundamente, não me emocionei com algumas passagens do filme, e faltou Goold dar mais vida ao seu filme, fazer com que nós entrassemos naquele mundo... é como se apenas fossemos o carona no filme e não o amigo ou o familiar no banco do carona.-
'JUDY- MUITO ALÉM DO ARCO-ÍRIS' tem um final apoteótico com Renée fazendo uma atuação descomunal da última apresentação de Garland em Londres, o que também foi a última apresentação em vida, se emocionado ao performar seu primeiro sucesso 'Over the Rainbow' do filme 'O Mágico de Oz', ponto alto do filme e da atuação de Zewellger, e ali seria o ponto culminante onde o espectador viria ás lágrimas de emoção por tudo que foi vivenciado durante o filme, assim como foi em filmes como 'Cazuza O Tempo Não Pára', 'Marriage Story', 'O Impossível', até 'Nasce Uma Estrela' para algumas pessoas, porém, para mim, a emoção não veio.
O filme de Rupert Goold é em alguns momentos muito arrastado, demora demais para os acontecimentos tomarem um rumo, os personagens coadjuvantes não se impõem e nos ganham durante o filme, apesar de Judy Garland ser uma atriz, ela foi muito mais uma cantora e a música em si não está tão presente no filme, por conta disso, há muitas cenas que o diretor quis passar o ar de dramaticidade pelos problemas pessoais de garland, deixando o filme por oras silencioso e frio, sem vida... depois de 1 hora de filme, por mais que você queira saber como vão se desenrolar algumas questões, você se pegará olhando pro relógio para saber quanto tempo ainda falta e se enfadonhará com a lentidão do filme. -
Do elenco coadjuvante, destaco apenas a talentosíssima Jessie Buckley (indicada ao BAFTA de Melhor Atriz por As Loucuras de Rose) como Rosalyn Wilder, responsável por cuidar de Judy durante sua temporada de shows em Londres, que está ok no papel, muito mais por culpa do roteiro que não a faz sair do mesmo lugar... e Michael Gambon como Bernard Delmont, o produtor de 'O Mágico de Oz' que enxergava potencial em Judy, mas era muito rígido com ela. -
Achei a fotografia do filme muito escura, sem se aprofundar demais em planos abertos, tendo um pouco de destaque nas cenas onde Garland se apresentava no Royal Albert Hall. Porém o figurino do filme estava ótimo e muito bem cuidado e criado, assim como o cabelo e maquiagem, que exaltava os personagens e remetia bem os penteados da década de 60. -
JUDY - MUITO ALÉM DO ARCO-ÍRIS deixa um pouco a desejar, poderia ser mais épico, mais musical, mais performático, porém, acabou servindo apenas para mostrar que Zewellger ainda pode nos brilhar com grandes atuações, e a impressão que fica é que o filme foi todo moldado ao redor dela, quando na verdade, ela e Goold deveria ditar e conduzir as emoções do filme... não chega a ser uma decepção, mas ficou aquém do que era esperado.
05/02/20