Assisti ao filme na 41ºMostra Internacional de Cinema de SP. A tradição no Egito é que as mulheres casem, elas devem ter dotes fornecidos pela família. No patriarcado familiar é do homem o papel de negociar as condições do casamento, ele deve presenciar e afiançar o compromisso a ser assumido pela família do noivo. Em uma sociedade tão dependente da figura do homem para formação da família como fica uma família que não tenha um homem para se comprometer pelos membros femininos que desejam casar? Este é o problema que se coloca no filme. Um drama extremamente bem apresentado. Na história duas irmãs que vivem sozinhas estão as voltas por encontrar um homem na sua família que possa substituir o Pai falecido no pedido de casamento que a irmã mais nova anseia receber de seu noivo. No desenrolar dos acontecimentos vamos conhecendo os infortúnios da irmã mais velha, ela mesma vítima da tradição e que ficou sem o seu pretendente. O filme de pouco diálogo é muito impactante e deixa muito claro o ônus que carregam as mulheres que vivem sob tradições tão pesadas limitadoras de sua própria liberdade. Muito bom o filme!