Assisti ao filme na 41ºMostra Internacional de Cinema de SP. A história é passada em um vilarejo afastado no interior da Rússia, nas redondezas de uma densa floresta de pinheiros, fonte de madeira. A comunidade vive da extração da madeira e agricultura de subsistência. Há uma cooperativa local proprietária de uma serralheria que processa a madeira e é objeto de cobiça de grandes grupos econômicos. A comunidade resiste à vender a serralheria considerada fundamental para ampliação dos ganhos de todos. Mas, o assédio econômico passa a ser violento. Em meio a esta trama uma família com um filho adolescente imbricada às demais famílias do lugar vive um drama pessoal. O menino é objeto de todas as expectativas da mãe que insiste que se aprimore nos estudos. O garoto está na flor da idade, mas não se interessa pelos estudos, nem pelas colegas de classe nem tampouco se enturma com os seus amigos de Colégio. Está apaixonado por uma vizinha casada com um alcoólatra e com o dobro de sua idade. A mulher é objeto de desejo do Pai e a confusão está armada. O que chama atenção no filme é a competência com que as duas tramas se desenvolvem com outras menores em paralelo como o dos jovens e suas gangues ou a das moças e o constante e violento assédio a que são submetidas. Todo o filme reforça os estereótipos que temos da sociedade russa; machista, violenta, rude, corrupta, mafiosa. Até o amor é bruto neste filme. A sequência de fatos leva a desfechos bastante surpreendentes, porém perfeitamente plausíveis. Muito bom o filme!