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Eduardo Santos
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183 críticas
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4,5
Enviada em 21 de dezembro de 2019
Fernando Meirelles é sem dúvida o cineasta brasileiro de maior visibilidade mundo afora no momento. Desde Cidade de Deus, ele tem se envolvido em projetos bem interessantes. E esse talvez seja o seu melhor trabalho desde Cidade de Deus. Baseado em fatos reais, o filme narra desde o conclave para decidir o Papa que substituiria João Paulo II depois de sua morte até a renúncia de Bento XVI e escolha de Francisco. Brilhantemente filmado, a parte técnica é de encher os olhos. Fotografia espetacular, assim como direção de arte, locação e edição. O roteiro é muito bem desenvolvido, com diálogos muito bem trabalhados. Talvez o único momento do filme em que me pareceu brevemente haver uma “barriga” que tirou um pouco da fluidez de ritmo é quando o cardeal argentino conta sobre seus questionamentos existenciais frente ao ocorrido durante a ditadura militar em Buenos Aires. E o que dizer das atuações acachapantes de Jonathan Pryce e Anthony Hopkins, interpretando Papa Francisco e Papa Bento XVI respectivamente? Dignas de prêmios. A química entre os dois é perfeita. São dois verdadeiros mestres. E o engraçado é que Hopkins sempre é reverenciado por suas atuações fantásticas (nada mais justo, aliás), mas Pryce sempre me pareceu deixado de lado. Em A Esposa, de 2017, quando contracenou com Glenn Close, também teve um trabalho estupendo e não foi devidamente reconhecido. Bem, percebo que algumas pessoas mais religiosas possam torcer o nariz para o filme devido à forma ranzinza pela qual Bento XVI é retratado. Li vários desses comentários. Mas acredito que a maneira com que Joseph Ratzinger é retratado é bastante respeitosa. Mostra um homem intelectual, extremamente culto, mas que tem visões amplamente tradicionalistas e conservadores. Já li que ele é uma pessoa extremamente humilde e simpática. A questão é que em contrapartida, vemos Jorge Bergoglio como alguém muito mais popular, com ideias mais abrangentes em relação ao mundo em que vivemos atualmente. Isso pode causar certo “ranço” inicial à forma com que Bento é mostrado, mas no decorrer do filme é clara a maneira com que ele vai suavizando suas atitudes e se torna mais próxima à imagem que temos dele hoje. Claro que o filme não é uma biografia extremamente realista e há claramente vários artifícios narrativos tipicamente cinematográficos. A questão é contar a história de dois homens históricos de maneira dramaticamente acessível. Não há como contar essa história de forma 100% fidedigna. Sempre haverá críticas em relação à veracidade dos fatos.De qualquer forma, o filme é uma bela obra, uma aula de cinema, em que tudo funciona beirando a perfeição. Grande filme, quiçá obrigatório aos amantes da Sétima Arte.
Excelente roteiro, direção competente e criativa e interpretações de dois "monstros". Meireles fez algo que pensei impossível: me emocionar com algo relativo aos formalismos da igreja católica. Lindo filme, com humor sutil, carinho e tolerância com a humanidade. Lindo da mensagem, primoroso nas cenas do Vaticano, perfeito nas interpretações desses dois enormes atores, cujos olhares e expressões faciais nos permitem apreciar a verdadeira arte de interpretar. Como não amar Jorge/Francisco? Como não buscar compreender a religião que moldou a personalidade Ratzinger? Assistir Dois Papas é uma experiência rica e complexa - agradeço a todos que me proporcionaram.
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