Minha conta
    SLAM: Voz de Levante
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    SLAM: Voz de Levante

    Poesia sem fronteiras

    por Barbara Demerov

    Assim como a música é relativa a tudo, a poesia também é. Palavras proferidas sem melodia soam mais fortes e diretas, e é assim que o Poetry Slam se firmou, desde 1984 em Chicago, como um evento que conversa com diferentes partes do mundo e se relaciona diretamente com acontecimentos e problemas da sociedade.

    De Chicago a São Paulo, de Nova York a Paris. O documentário Slam: Voz de Levante, dirigido e roteirizado por Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D'Alva, atravessa barreiras e ideias ao explicar o que é esta competição tão poderosa e expressiva. Com a condução e presença de Roberta permeando toda a obra, seja se apresentando (ela foi finalista da Copa do Mundo de Poesia Slam em 2011) ou atuando como ativista e do projeto pelo mundo, é muito fácil se conectar com o universo dos Poetry Slams e entender que tal presença é essencial para a comunicação e compreensão entre diferentes culturas.

    O documentário traça uma narrativa extensa que vai desde a chegada das competições Slams no Brasil, até o destaque da presença da poeta Luz Ribeiro em competições pelo mundo, em 2017. Mesmo com tantas informações e locais diferenciados, a identidade do documentário nunca se perde e sua montagem dá uma dinâmica que faz jus ao ritmo do Slam. A obra também aborda a visão de vários poetas sobre os eventos e, principalmente, o que todos têm em comum: a vontade de executar, cada vez mais, um trabalho de livre expressão que impacte positivamente pessoas de diferentes classes e lugares.

    Slam: Voz de Levante é um documentário extremamente bem aprofundado e executado, que se desenvolve de forma progressiva a cada ano abordado na narrativa. Registrando anos de eventos, a obra retrata com detalhes o que é o movimento, de onde ele surgiu e como ele afeta a vida daqueles que se dedicam intensamente com o intuito de deixarem de ser "invisíveis". O palco é o local onde o slammer se sente livre para poetizar, desabafar ou, simplesmente, ser - nem que seja por 3 minutos.

    Roberta Estrela D'Alva é a acompanhante do espectador do início ao fim, e sua presença dá um sentido mais profundo e íntimo a tudo o que gira em torno do movimento. Mais que uma competição, o Poetry Slam é a comprovação de que as palavras têm força o suficiente para atingir a tudo e a todos.

    Filme visto na 1ª edição do Festival Internacional de Mulheres no Cinema, em julho de 2018.

    Quer ver mais críticas?
    Back to Top