Aqui coisas importantes e definitivas acontecem. Han Solo é descongelado e volta à ativa, Yoda descansa em paz, finalmente, depois de centenas de anos; Luke confirma com Yoda que é, de fato, filho de Darth Vader. Mas, também Yoda revela que há outro Skywalker, sua irmã Leia. Leia fica sabendo e Han Solo também. Ocorre também a aniquilação do Imperador e de Lorde Vader. Desta forma, trata-se de um episódio importante e definitivo da saga.
O modelito exótico de Leia como escrava de Jabba é o que mais me chamou atenção em termos de figurino. Fantástico! Mostra que ela amadureceu, junto com os fãs da época. Mas, mostra também, em seu design egípcio, uma independência feminina rara em tempos de machismo latente no cinema. A referência egípcia não é à toa; a sociedade egípcia antiga não era machista; as mulheres tinham os mesmo direitos dos homens. O fato de ela mesma ter aniquilado Jabba foi uma idéia interessante e justa. Ela demonstra que não é uma daquelas mocinhas inocentes e bobas que esperam que os mocinhos façam tudo para salvá-la. A mesma corrente que serviu para aprisioná-la foi usada como arma para sufocar Jabba. Tatooine, o planeta mais querido da saga, é mostrado de uma forma diferente: seu lado subterrâneo, marginal, cruel, escuro.
Quanto à lua Endor, com sua selva densa e alta, seus habitantes são talvez os mais fofinhos da saga: os Ewoks. Na época, eu, adolescente, achei meio babaca. Mas, hoje eu dou risada à vontade com as atrapalhações dos Ewoks, confesso. Neste episódio o humor foi bem longe. A perseguição nos speeders em Endor é uma das cenas mais marcantes do episódio.
Quanto à batalha para aniquilar a segunda Estrela da Morte, considero uma das mais ricas de todas, com quantidade imensa de naves e caças no espaço, mas, me chamou atenção a forma primitiva – a base de pau e pedra – que os Ewoks desmontam o alto poder tecnológico da equipe imperial na batalha em terra firme. O filme tem uma dinamicidade fantástica. Duas batalhas – no espaço e terra firme - acontecem aqui, acrescentado do drama entre o imperador, Darth Vader e seu filho, dentro da Estrela da Morte, portanto, três acontecimentos simultâneos.
Os diálogos no Star Wars VI são mais dramáticos e impressionantes do que os do Star Wars IV; faz-nos lembrar o drama do teatro grego antigo. E esses diálogos são inteligentemente cortados com ação em alta adrenalina, com ação e diálogo alternando entre si. Eu não suporto no Star Wars V aquele longo diálogo de quase 20 minutos quando Luke conhece Yoda ou no Star Wars IV quando Luke conhece Obi-Wan. Haja saco! Lembram as explicações enjoadas de Matrix I.
Não gosto de certas escolhas de George Lucas para este filme. Rancor poderia ter corpo de homem gordo como no projeto inicial e não ser um monstro nojento, eu não gosto de robôs como EV-9D9, pertencente à Jabba. Já acho a criação do poço com boca (Sarlacc) interessante. Aquelas cenas de Sarlacc me fez lembrar os filmes de piratas de sessão da tarde. Gosto também do Almirante Ackbar, líder dos rebeldes, com cabeça de peixe. Acho divertido.
Sempre considerei o episódio VI da saga, em certa medida, uma repetição do IV, uma vez que se repete a célebre cena da cantina de Star Wars IV com as criaturas esquisitas retratada na festa do palácio de Jabba e também as repetições do resgate da princesa Leia, da destruição da Estrela da Morte e da comemoração final. Muito similares os episódios entre si.
Mas, Star Wars VI é riquíssimo, tem humor, romance e muita ação, nesse aspecto nos lembra o Star Wars II. Tem os Walkers AT-ST, que parecem galinhas mecânicas, muitas naves, inclusive as em formato em Y do Império, tem o trono do Imperador, tem o almirante Ackbar, tem Darth Vader sem máscara (somente no Star Wars III vemos esta cena e, parcialmente, no Star Wars V), então é muita informação prá um filme só.
O toque final onde Anakin Skywalker jovem – na versão remasterizada - aparece ao lado de Yoda e Obi-Wan é uma bela sacada do mestre Lucas. O ator velho que bancou o Darth Vader nesta cena final na versão original deve ter ficado puto da vida.