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    Se a Rua Beale Falasse
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    3,6
    146 notas
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    24 Críticas do usuário

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    João Carlos Correia
    João Carlos Correia

    18 seguidores 60 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 4 de maio de 2019
    Clementine "Tish" Rivers (Kiki Lane, da série Chicago Med: Atendimento de Emergência) e Alonso "Fonny" Hunt (Stephan James, da série Homecoming) conhecem e amam um ao outro desde a infância e, ao chegarem à idade adulta, tornam-se amantes e planejam ter uma vida juntos. Porém, Fonny é preso acusado de ter violentado a porto-riquenha Victoria Rogers (Emily Rios, de Vovó... Zona 3: tal pai, tal filho) e Tish, que está grávida, com a ajuda de sua família, principalmente da mãe, Sharon (Regina King, de Ray), tenta provar a inocência de seu amado e tirá-lo da cadeia.

    Se a Rua Beale Falasse é a adaptação para o cinema do romance de mesmo nome do escritor James Baldwin (1924-1987), autor que nos últimos anos vem sendo redescoberto tanto pelo público literário quanto pelo cinematográfico. Um exemplo é o documentário biográfico Eu Não Sou Seu Negro (2016), dirigido pelo cineasta haitiano Raoul Peck (de O Jovem Karl Marx) e que concorreu ao Oscar da categoria.

    Sendo negro, Baldwin conseguiu destacar-se em um meio até então dominado por brancos tendo como temas o preconceito racial, pressões sociais e psicológicas, a miséria, a criminalidade, o homossexualismo e bissexualismo, e o movimento dos direitos civis, que estava em alta na década de 1960 e dava esperança em dias melhores para a comunidade afro-americana. O autor viveu várias dessas experiências na própria carne.

    Tanto nas páginas quanto nas telas, Se a Rua Beale Falasse conta uma história de dor, retratando com duro realismo o cotidiano da comunidade negra e pobre dos bairros periféricos da grande metrópole que é Nova York, mas também é uma história de amor e esperança apesar de todo o sofrimento e a família - em particular a família negra - tem grande importância na manutenção dessa esperança e na vida de sobreviventes que também são resistentes.

    O cineasta e roteirista Barry Jenkins surpreendeu o mundo, em 2017, quando o drama que dirigiu, Moonlight, conquistou o Oscar de melhor filme superando o favorito La La Land, tendo também conquistado os prêmios de melhor roteiro adaptado (de sua autoria) e melhor ator coadjuvante (para Mahershala Ali, da franquia Jogos Vorazes).

    Em Se a Rua Beale Falasse, Jenkins confirma que os prêmios obtidos com Moonlight não foram por mero acaso. Seu trabalho na direção é esplêndido, no qual consegue demonstrar que mesmo em bairros pobres, mal cuidados, decadentes e violentos, há poesia - no que é ajudado pela fotografia de James Laxton (habitual colaborador do cineasta).

    E desse mesmo modo poético mostra toda a dor e todo o amor do relacionamento do casal central, seja quando Fonny e Tish encontram-se na prisão ou quando amam-se pela primeira vez (uma cena belíssima, muito bem filmada e interpretada).

    É preciso também destacar uma cena marcante devido à sua força, intensidade e realismo: o diálogo entre Fonny e seu amigo Daniel (Brian Tyree Henry, de Hotel Artemis), que acabou de sair da cadeia, onde cumpriu uma pena de dois anos, sobre o que é ser negro nos EUA, um país que, na ótica de ambos, odeia negros, os brancos são vistos por eles como verdadeiros diabos e como essa guerra racial atinge o lado mais fraco, enviando-os para o inferno das prisões, mesmo que não tenham feito nada.

    Entretanto, Jenkins não teria obtido resultados tão bons se não tivesse trabalhado com um elenco tão competente e talentoso. Kiki Lane e Stephan James apresentam um timing tão bom que é difícil acreditar que não foram sequer indicados para o Globo de Ouro e o Oscar. Raramente, um casal de um filme demonstrou um amor tão bonito e verdadeiro.

    Kiki faz sua estreia no cinema (seus trabalhos anteriores foram um curta-metragem independente e um episódio da série Chicago Med: Atendimento de Emergência), mas atua como uma veterana tamanha desenvoltura, naturalidade e sensibilidade em sua performance.

    Stephan é mais experiente. Fez sua estreia em 2010 no telefilme Minha Babá é Uma Vampira. Sua estreia no cinema foi em 2012, no drama Home Again, para o qual foi nomeado para a categoria de melhor ator no Canadian Screen Awards, importante premiação local. Em 2019, no Globo de Ouro, obteve uma indicação ao prêmio de Melhor Ator em série de TV por Homecoming. Faz parte da nova e talentosa safra de atores afro-americanos que inclui nomes como Michael B. Jordan (franquia Creed) e Chadwick Boseman (Pantera Negra). A continuar com essas ótimas atuações, para Stephan o céu é o limite.

    Vencedora de três prêmios Emmy (o Oscar da TV estadunidense) pelas séries American Crime (em 2015 e 2016) e Seven Seconds (2018) e um Globo de Ouro neste ano, só faltava mesmo o Oscar para premiar o talento imenso de Regina King. Sua performance é sensível e forte ao mesmo tempo refletindo a personalidade de Sharon Rivers, mulher e mãe de família negra proletária, que deve desdobrar-se em várias para cuidar e ajudar a sua família. As mulheres e mães negras brasileiras vão identificarem-se com ela.

    Se a Rua Beale Falasse também tem os seus coadjuvantes de luxo: Diego Luna (Rogue One - Uma História Star Wars. Veja a crítica aqui) como Pedrocito, o simpático garçom de um restaurante e amigo de Fonny, e David Franco (franquia Vizinhos), como Levy, um jovem judeu dono de um imóvel que Fonny e Tish pretendem alugar e que sabe muito bem o que significa preconceito. A presença destes dois bons atores ajuda a dar mais brilho à produção.

    Se a Rua Beale Falasse é um filme realista ao mostrar as agruras da comunidade afro-americana que, apesar de algumas conquistas civis, políticas e sociais obtidas de algumas décadas para cá, continuam até hoje. É sincero ao mostrar o cotidiano dessa comunidade com tudo de bom e ruim que tem. E é comovente sem necessidade de apelar para o dramalhão e a pieguice para com as dores e assim como para os amores e por mostrar que a esperança ainda existe.

    Gostaria de finalizar reproduzindo a definição que o próprio James Baldwin fez a respeito da rua Beale e que aparece no começo do filme (tradução livre feita por mim):

    "A rua Beale é uma rua de Nova Orleans, onde meu pai, Louis Armstrong e o Jazz nasceram.

    Toda pessoa negra nascida na América nasceu na rua Beale, na vizinhança negra de alguma cidade americana (...). A rua Beale é o nosso legado. Este romance trata da impossibilidade e possibilidade, a necessidade absoluta para dar expressão a este legado.

    A rua Beale é uma rua barulhenta. É deixado ao leitor discernir o significado da batida dos tambores".
    Igor P
    Igor P

    5 seguidores 26 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 17 de março de 2019
    Se a Rua Beale Falasse

    O amor desperta diversas sensações, entre elas, uma certo distanciamento da realidade. Esse encantamento que passa a ver o mundo de forma otimista, aqui não serve a Jenkis. Ao menos não plenamente, o racismo enraizado na sociedade americana que destrói vidas negras, que encarcera injustamente, que engole sonhos e mina a esperança. Um cenário pessimista encontra uma história apaixonante, onde a maior dificuldade é continuar sendo persistente e relutante com o que lhe é empurrado de goela abaixo. A relação do casal é bem construída, existe uma pureza nos momentos a dois, a dinâmica da dupla funciona bastante.
    _

    É uma relação envolvente e apaixonante, Jenkis cria imageticamente momentos de pura contemplação, algumas cenas beiram o lírico diante de uma bela fotografia e de um figurino cheio de cores. Como se tivessem sido retiradas de um sonho, onde tudo é perfeito. O roteiro não tem a potência de Moonlight, mantém uma linha tênue ao ser contado, não tendo um grande momento que o leve a um patamar mais alto. No elenco temos os ótimos Stephan Jaimes e Kiki Layne, que forma o casal protagonista, possuem química e entregar o suficiente para nos conectarmos a trama. Regina King está indicada ao Oscar como Atriz Coadjuvante, sua presença em cena sempre trás mais peso. Um trabalho muito bom dá atriz, o melhor do longa.
    _

    É uma pena não vê-lo indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme, cabia facilmente. É um conto sobre a realidade, onde histórias de amor são destruídas tão quanto outras perseveram. A trilha sonora é sem dúvidas a melhor das indicadas ao Oscar, merece muito o prêmio. Cria uma identidade tão quanto encanta. É o complemento perfeito para a poesia em tela, seja visualmente, seja no texto. Um romance realista, onde nem tudo são flores, mas onde o amor insiste em florescer. Abraça o minimalismo em seu desfecho, onde pouco precisa ser dito para ser entendido, encanta tão quanto nos deixa triste. É o conto do cotidiano, com suas alegrias e pesares. O retrato da vida da forma mais honesta e humana possível.
    Carlos P.
    Carlos P.

    221 seguidores 362 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 10 de março de 2019
    Só após assistir é que entendi o que alguns críticos disseram, que 'Rua Beale' é um filme do diretor de Moonlight que se parece muito mais com La La Land do que com o próprio Moonlight. Não perde a essência, no entanto, o que faz com que o filme consiga ser bonito e cruel ao mesmo tempo. Me que traz um sentimento de que ele tenha sido esnobado em muitas categorias do Oscar. O elenco é ótimo e nenhuma atuação compromete. Na minha visão o único defeito é que o filme foi perdendo um pouco da emoção com o passar dos minutos, não entregando o que se esperava.
    Gui5120
    Gui5120

    5 seguidores 18 críticas Seguir usuário

    4,5
    Enviada em 6 de julho de 2019
    Barry Jenkins em seu mais novo filme, recria o universo do escritor James Baldwin. A história é tocante porém em alguns momentos fica arrastado. O elenco arrasa nesse filme com destaque para Stephan James e Teyonah Parris. Regina King foi muito bem também. A fotografia nos faz imaginar que estamos no local onde se passa essa história e o design de produção também. Acredito que Regina King não merecia aquele Oscar de 2019, achava justo ir para Claire Foy, Emily Blunt, Marina De Tavira ou Rachel Weisz.
    Luiz Antônio N.
    Luiz Antônio N.

    29.235 seguidores 1.298 críticas Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 4 de março de 2019
    Tish está esperando um filho enquanto luta para livrar seu marido de uma acusação criminal injusta e de subtextos racistas, a tempo de tê-lo em casa para o nascimento de seu bebê.

    mais um ganhador do Oscar, eu achei meio Cansativo demais, a história não é daquela que prende a atenção, principalmente do Meio para o fim, eu até que comecei achando que seria uma história empolgante mas me deixou foi com um pouco de sono⭐⭐⭐
    Ramon R
    Ramon R

    3 seguidores 35 críticas Seguir usuário

    3,5
    Enviada em 21 de setembro de 2019
    Se A Rua Beale Falasse, projeto de Barry Jenkins (Moonlight), é um filme muito otimista, porém isso atrapalha filme, pelo diálogos superficiais e genéricos, mas o filme se salva pela história de amor entre os dois personagens. O romance entre eles é bem verdadeiro, eu conseguia acreditar naquele amor. As atuações são excelentes, por exemplo, da Kiki Layne e Regina King que são soberanas. A Kiki Layne está tão verdadeira, o seu olhar consegue penetrar na sua alma. A Regina King está poderosa. A cena entre ela e a mãe do Fonny é F*da. A trilha sonora é delicada e sensível.

    Se A Rua Beale Falasse é muito melhor que Moonlight, mas é um bom filme.
    Nota:7,2
    Regina S.
    Regina S.

    1 seguidor 12 críticas Seguir usuário

    2,0
    Enviada em 26 de fevereiro de 2019
    A história que se propôs contar é boa. Num livro deve ser uma leitura deliciosa, mas como filme deu tédio. Tudo muito lento, até nas cenas que tinha que ter vibração. Achei a cena de violência contra a sogra da personagem principal pelo próprio marido totalmente desproporcional e pareceu justificada porque ela estava falando uma monstruosidade. Todos aceitaram. Perdi a graça do filme aí. Algumas cenas ficaram desconectadas e sem sentido. Final sem graça. Só recomendo para aficionados. Não é entretenimento.
    amiltonamil
    amiltonamil

    7 seguidores 20 críticas Seguir usuário

    3,0
    Enviada em 24 de fevereiro de 2019
    Com começo promissor, interessantes personagens apresentados rapidamente e ótimas atuações,o filme acaba não entregando tudo o que promete.
    No meio, a narrativa se torna monótona e perde todas as possibilidades de voltar ao ritmo inicial. No final, apenas ok.
    Carlos Henrique S.
    Carlos Henrique S.

    13.052 seguidores 809 críticas Seguir usuário

    3,5
    Enviada em 22 de fevereiro de 2019
    Esse ano a questão racial sobretudo,vem ganhando seu destaque merecido na temporada de premiações e que rendeu a esse filme 3 indicações no principal prêmio do cinema.O filme é uma adaptação de um livro que foi adaptada pelo diretor Barry Jenkins que tem em seu currículo o incrível Moonlight que concorreu ao Oscar de 2019 e aqui ele tem um bom trabalho apesar de não ter nada de originalidade em seu conteúdo e talvez isso seja o ponto mais negativo como um todo.O filme trata o relacionamento do jovem casal que é separado pela injustiça e o forte racismo que acaba levando Fonny a cadeia por um crime que não cometeu e a rejeição do relacionamento vindo por parte da mãe dele.O diretor sabe mostrar muito bem editado e as vezes a evolução do conhecimento e interação entre os protagonista que deixa evidente o amor e a química dos dois que é benéfica ao filme,e paralelamente a questão da Sharon é muito bem vinda e a atuação da Regina King é de destaque não atoa está sendo indicada ao premio de melhor atriz coadjuvante,interpretando a uma personagem forte e que tem presença.os problemas começam a partir da falta de assunto as vezes deixada clara pelo diretor que acaba sem ter muito o que contar por vezes e a história genérica e formulaica atrapalham um pouco.
    AndréIsaque
    AndréIsaque

    15 seguidores 62 críticas Seguir usuário

    0,5
    Enviada em 20 de fevereiro de 2019
    extremamente lento ,o autor perdeu uma grande chance de contar uma tensa e dramática história,apenas com cenas extremamente tediosas pra mim foi uma grande pera de tempo
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