"Triangulo Da Tristeza" é um filme de três atos bem diferentes, tem um bom, um ótimo e um péssimo, apesar da divergência da qualidade entre eles entendemos perfeitamente suas escolhas narrativas. Começamos sendo apresentados ao casal Yaya e Carl e suas desaventuras cotidianas, discussões sobre femismo, bem diferentes inclusive, são postas e sentimos o impacto da direção, bem naturalista, explorando seus personagens, com enquadramentos irônicos e cortes secos, sentimos uma inspiração bem europeia no estilo artístico do diretor Rubem Ostuld, não é para menos visto que o diretor é sueco, embora a obra seja americana. Após isso temos um ato irretocável, a onde a crítica se transforma em uma discussão sobre a exploração e riqueza, critica essa que é muito bem embasada e explanada mediante um perfeito humor acido e sempre muito bem colocado, tudo funciona nessas quase uma hora, os personagens, o texto, a narração e as atuações, porem isso transborda para um inevitável aprofundamento da crítica, levando-nos ao terceiro ato, a onde o humor migra para seriedade, que não funciona, e deixa a obra monótona e chata, porém, sua conclusão é ótima e salva o longa conseguindo unir perfeitamente o humor juntamente da crítica social. "Triangulo Da Tristeza" é uma montanha-russa, ou melhor, um barco em uma tempestade perniciosa. 8/10