Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City (Resident Evil: Welcome to Raccoon City)
Como um fã e amante da franquia de jogos desde 1996, e já tendo jogado todos os jogos da série até hoje, posso afirmar que dificilmente ficarei sastifeito com um filme baseado em 'Resident Evil'.
A série de filmes do Paul W. S. Anderson eu considero um completo fiasco. Assim como nunca engoli a sua ideia em exigir que a sua adorada esposa (Milla Jovovich) fosse a protagonista de toda franquia, deixando de lado todos os personagens originais dos jogos. Na minha opinião os únicos que se salvam são "Resident Evil: O Hóspede Maldito" e "Resident Evil 2: Apocalipse", este segundo com bastante ressalvas sobre o que decidiram fazer com o 'Nemesis' no filme. Do terceiro em diante é um pior do que o outro, chegando ao masterpiece de filmes que nunca deveriam ter existido - temos "Resident Evil 6: O Capítulo Final". Eu considero apenas "Silent Hill" como a melhor adaptação de um jogo de video game para os cinemas.
Quando eu ouvi os boatos sobre o novo filme da franquia 'Resident Evil' eu já fiquei com um pé-atrás, ainda mais por contar com Paul W. S. Anderson na produção executiva do longa (eu peguei um ranço desse diretor). A escolha do elenco foi outro ponto que eu questionei bastante, e hoje eu vejo que não estava errado. Assim como o próprio diretor e roteirista Johannes Roberts, outro questionamento - difícil ein!
Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City é mais uma tentativa frustrada em trazer para as telonas a icônica saga dos video games. O filme não é bom, tem vários problemas, assim como o próprio roteiro que é péssimo, a direção que é horrível. Essa tentativa de contar toda a história de uma franquia como RE em duas horas não funciona. Como tentaram contar as partes de Raccoon City juntamente com a mansão na floresta, onde até no próprio jogo são partes separadas em "Resident Evil" e "Resident Evil 2". Ficou uma forçada de barra muito grande do roteiro, com muitas cenas coladas umas nas outras, muita correria em desenvolver a história que por fim não obteve desenvolvimento nenhum. Muitos furos de roteiro, muitas invenções estapafúrdias, típica produção que vive de tentativas e passa as duas horas tentando acertar e no fim tudo não passa de um grande erro.
Se por um lado o roteiro é péssimo, por outro o elenco é completamente deplorável!
O pior é sem dúvidas a versão de Leon S. Kennedy de Avan Jogia, que é simplesmente uma vergonha alheia de tão ruim. Um personagem bobo, sem graça, sem desenvolvimento, como se o fato de ele estar ali em seu primeiro dia de trabalho (assim como em RE2) fosse obrigatório ele ser um completo inútil. Hannah John-Kamen como Jill Valentine é outra tristeza! Eu me recusei em acreditar que aquela fosse realmente a toda poderosa 'Jill Valentine'. Totalmente descaracterizada da personagem, muito canastrona, tentado se impor como superior como a própria Jill é nos jogos, mas totalmente fora da personagem (aquela primeira cena dela no bar é de doer na alma de tão ruim). Robbie Amell como Chris Redfield não ficou bom, mas também não foi uma total tragédia como o Leon e a Jill. Tom Hopper e sua versão esquesita de Albert Wesker é outro que não ficou legal, apesar de ainda acreditar que ele poderia ter sido melhor aproveitado (ou ainda será).
Neal McDonough como William Birkin é razoalvelmente bom, apesar de achar que a sua versão grotesca do icônico Boss de RE2 poderia ter sido mais aproveitada. Com um destaque para a sua versão no trem, quando o Leon tem a sua única cena boa de todo o filme. Donal Logue e sua versão caricata do Chefe de departamento Brian Irons ficou boa, teve pontencial, apesar que seu final - enfim! Agora a única que ainda se salva desse elenco é a Kaya Scodelario e sua Claire Redfield. Eu gostei dela, acho que ela não fez um trabalho brilhante, mas até que estava ok, foi aceitável. Na verdade a Claire da Kaya foi a melhor caracterização de todos os personagens, principalmente ela na moto, ou com a shotgun nas mãos com aquela jaqueta vermelha (quem viveu sabe).
Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City não é completamente ruim em tudo que ele se propõe a fazer. O filme nos traz várias partes que funciona como um verdadeiro 'Fan service' (assim como Mortal Kombat fez este ano). A própria Raccoon City está fiel ao jogo. A RPD é de encher os olhos, principalmente a tomada de câmera de fora pra dentro. A sala da 'Equipe S.T.A.R.S.' aonde eles conversam entre si em uma determinada cena é perfeita. A parte que o Wesker toca o piano e se abre a porta secreta é perfeita (lembrei da Rebecca Chambers nessa hora). A Claire de moto na chuva, o caminhão desgovernado com o motorista mordido, a parte do helicóptero sobrevoando a floresta aos arredores de Raccoon City, com eles descendo na floresta e a chegada na mansão do RE1, com aquela visão inicial da mansão é maravilhosa. A cena clássica do link caindo do teto (RE2). A cena da garagem com os cahorros (faltou a Ada aparecer ali) e claro, a icônica cena da aparição do primeiro zumbi em RE1.
(ainda vi uma cena com uma pequena alusão ao quarto sobrevivente de RE2)
Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City tem várias cenas que pra mim que sou um fã de longa data da fraquia vai achar legal, vai trazer um certa nostalgia, mas também é só. Todo 'Fan service' que foi entregue não mascaram os inúmeros problemas do longa. Fica apenas a tentativa (mais uma vez) de nos entregar um filme a altura da grande franquia de jogos. Mas a verdade tem que ser dita: eu consegui gostar mais desse RE do que a fraquia de filmes do terceiro ao sexto do fraco Paul W. S. Anderson. [26/12/2021]
Muito curiosa a cena pós-creditos entre a Ada Wong (Lily Gao) e o Albert Wesker. O que deixa claro que teremos uma continuação, o que pode ser até interessante. Ada Wong e Albert Wesker juntos, já vi muito isso, e não deu muito certo - kkkkkkkkk! (só um ponto aqui: a Ada Wong da atriz Li Bingbing era muito melhor caracterizada, ela era praticamente a cara da Ada dos games)