HELLBOY: A RAINHA DE SANGUE
Mais um reboot?! E rabinho animado dos outros dois filmes, foi pra onde?!
Uma análise de fã para fãs. Por João Ferreira
A narrativa começa com um flash back mostrando os acontecimentos que iram logo no inicio já ser mostrado com o plot da história, uma bruxa (Nimue, A Rainha de Sangue – Milla Jovovich), belíssima, que quer reunir criaturas mágicas e das trevas contra o reinado do homens na Inglaterra de Rei Arthur, esse que por sinal em ações heroicas, impede os planos dela a dividindo em partes e espalhando pelo país. Essas partes nos tempos atuais estão sendo juntas por um aliado que quer vingança e Hellboy (David Harbour) é colocado nos planos da bruxa por ser fundamental para que ela obtenha êxito e o mesmo virando alvo de uma organização ocultista ao mesmo tempo que ganha aliados com a Rainha de Sangue.
Esse novo filme aproveita a apresentação do Hellboy e do seu universo das histórias anteriores de Guillermo del Toro (de Labirinto do Fauno, A Forma da Água, Círculo de Fogo), mesmo se passando em uma nova cronologia. Sem ter esse trabalho de apresentar o personagem, organização (B.P.R.D) que ele trabalha e sua origem, o começo mostra o herói em uma missão meio que habitual e nela ele descobre informações sobre uma nova ameaça e então segue p uma outra missão. A verdade é que a franquia foi reiniciada e em um novo universo que não se conecta com os filmes anteriores, a narrativa fica confusa, misturando muito eventos e tendo muitas explicações, perdendo tempo de ação em tela, com flash back e repetições.
Muitos eventos surgem e tem desfecho tão rápidos que perde a coerência. A ideia que passa é que havia material para uma trilogia e foram removendo partes e o que sobrou tem conexões muitos forçadas. A direção de Neil Marshall (de Constantine, Game Of Thrones, Westworld), foca em muitos cortes e se perde nas elipses (omissão de tempo entre os cortes) e acelera demais os eventos, fazendo o enredo ser surpreendente mas cansativo, não prende atenção do público. O humor do filme também está sem a naturalidade que é própria do personagem, as piadas não tem um tempo bacana. Já a arte, os efeitos visuais e maquiagem tem seus méritos, nas outras criaturas, com base no orçamento que tinha, com ênfase na Baba Yaga (Emma Tate), que é o ponto alto de equilíbrio entre CGI e maquiagem e nos fantasmas materializados espectralmente por Alice (Sasha Lane) que mostram um dos talentos da personagem que ainda está descobrindo suas habilidades.
Quando se trata de Hellboy a fotografia não ajudou a maquiagem que não mostrava muitos dos traços do ator, parecia estar caindo do rosto e em alguns momentos mostrava o descuido e era nítido a falta de naturalidade e as próteses se revelam. Alice, que deveria ser o interesse amoroso do protagonista, não passa essa ideia em nenhum momento e cria até mais clima com o Major Bem Daimio (Daniel Dae Kim) que vira um tipo de fera. Os pontos baixo foram as atuações de Ian McShane e Milla Jovovich que foram prejudicados pelo roteiro e o próprio roteiro e pontos altos são a violência que estava muito alta, para quem gosta de sangue e efeitos visuais de mortes desse estilo tem aqui um prato cheio além dos efeitos dos monstros que surgem no final, que tem caracterizações bem grotescas mas logo são devolvidos pra suas dimensões.
O filme é bagunçado e vai perdendo a energia da metade para o fim, mistura um pouco da ação dos primeiros filmes mas com uma aura mais sombria, mostra que faltou dinheiro para melhorar os efeitos embora e o projeto ficou bem abaixo do esperado. Existem três cenas pós créditos ao termino que deixa claro que existe a intenção Abe Sapien é mostrado como um provável novo aliado assim como nos quadrinhos e o Lagosta conversando com Hellboy no cemitério, concluindo assim que esses personagens são preteridos na sequência.