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    Querido Embaixador
    Críticas AdoroCinema
    1,5
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    Querido Embaixador

    A Lista de Souza Dantas

    por Lucas Salgado

    Você já ouviu falar em Luiz Martins de Souza Dantas? Se você não é alguém fanático por história ou, talvez, estudante de relações internacionais, é bem provável que a resposta seja um sonoro "não". Ele era um diplomata brasileiro que atuou como Ministro das Relações Exteriores do Brasil durante a Primeira Guerra Mundial e, na sequência, trabalhou como embaixador do país no Itália e na França, sendo nome importantes na fundação das Organizações das Nações Unidas.

    Querido Embaixador retrata o período mais marcante da trajetória de Souza Dantas, quando, como embaixador do Brasil na França, atuou diretamente na emissão de vistos para o país para judeus e outras minorias perseguidas pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Para isso, enfrentou inclusive o Governo Vargas, que por um tempo tentou dificultar a vinda de judeus para o Brasil.

    Souza Dantas tem uma história de vida fascinante, com potencial para gerar uma espécie de A Lista de Schindler nacional. Mas para isso seria necessária uma obra bem melhor acabada. Querido Embaixador tem boas intenções, mas no final das contas é uma produção muito simples, pobre tanto narrativamente quando dramaturgicamente. 

    Muitas vezes, parece que estamos diante de um especial para a TV, uma reportagem que mescla ficção e documentário, e não diante de uma obra cinematográfica. A história é excelente, mas não consegue sobreviver por conta própria. Há a permanente sensação de estarmos diante de uma obra didática e sem emoção.

    E não há apenas um culpado para isso. A direção de Luiz Fernando Goulart é pouco inspirada e as transições entre cenas ficcionais e depoimentos reais não funcionam na maioria das vezes. As atuações também não ajudam. Norival Rizzo cria um Luiz Martins de Souza Dantas sem muita emoção e sem muita entrega. É verdade que não é ajudado pelo roteiro e pela própria estrutura de docudrama.

    O roteiro de Luiz Carlos Maciel e Flavia Orlando não passa o sentimento necessário para conduzir a história. A abordagem da vida pessoal de Souza Dantas tampouco prende a atenção do espectador, uma vez que as coisas vão acontecendo de forma sucessiva e sem serem exploradas ao máximo, como seus problemas financeiros e casamento de fachada.

    O Brasil busca há muito tempo seu "filme do Oscar". Parece ter encontrado uma história, mas não soube contá-la.

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