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    Parasita
    Média
    4,5
    2108 notas
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    359 Críticas do usuário

    5
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    anônimo
    Um visitante
    5,0
    Enviada em 27 de janeiro de 2020
    Em determinado momento de Parasita, novo filme do cultuado diretor sul-coreano Bong Joon-ho, um personagem fala como sua patroa é uma pessoa ''tão legal e inocente'' e que às vezes sente até pena dela, sendo imediatamente retrucado pela sua esposa com um seco ''Claro que ela é legal e inocente, ela PODE ser legal e inocente, ela é rica!''...Só essa breve descrição de uma cena do filme já te dá uma ideia do tom e dos temas que esta Obra-prima aborda. Há quem o veja com uma mentalidade superficial e contaminada pelo cinema deste hemisfério, vão dizer que é apenas mais um daqueles filmes de ''ricoXpobre'', uma estória clichê sobre desigualdades sociais. Aí é que se enganam, porque Parasita fala de coisas muito mais profundas do que se pode imaginar observando de forma apressada. Na primeira assistida, muita gente não vai conseguir sair da premissa básica, vai ficar sem captar todas as mensagens e comentários sociais que o brilhante roteiro de Joon-ho transmite, esta é uma daquelas obras complexas cheias de entrelinhas e sub textos que precisam de uma atenção especial para que seja absolvida por inteiro. Então definitivamente seria recomentado pelo menos duas assistidas, para que o impacto seja realmente atingido. Um urgente, detalhado, e sagaz olhar sobre temas atemporais, Parasita apresenta um realizador talentoso em pleno controle de seu projeto. Com situações altamente identificáveis em uma narrativa profunda rica em significados que nunca perde o fio da meada, você vai começar este filme pensando que se trata tão somente de uma sátira social com toques de drama sobre uma família de larápios rasteiros dando o golpe do baú, e terminá-lo com muitas coisas para pensar da sociedade de hoje, sua falta de empatia e compaixão, os papéis que as circunstâncias nos obrigam a desempenhar, e, principalmente, o preço que se paga ao buscar ascensão social a qualquer custo. É um filme que se mantém fiel à si mesmo até quando deixa de ser plausível, com ficcionalização e exacerbação extrema de situações corriqueiras, entrando de vez no terreno da sátira social. Praticamente uma comédia escrachada na primeira metade, é incrível a forma como o filme se ressignifica como suspense ao fim, com direito a uma sequência apoteótica sangrenta perto do final. Tecnicamente, o apuro não poderia ser melhor, com um trabalho de edição e design de produção tão bom quanto ou até melhor que muitas produções hollywoodianas, sendo a sonorização particularmente notável. O elenco é perfeito, todos os atores com personagens de destaque, sem exceção, estão fantásticos, com Kang-ho Song na dianteira. Parasita é algo que você não pode descrever objetivamente com palavras, é algo abstrato que precisa ser vivenciado mesmo. ESPETACULAR!!!
    Juan M
    Juan M

    63 seguidores 28 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 26 de outubro de 2019
    A crítica de Bruno Carmelo, sobre este filme, não é ruim. Apenas deixa de lado o quão impressionante esse filme é, e como se torna impossível desgrudar os olhos da tela, além da constatação "surreal" de como é possível um filme tão bom assim. Fiquei envergonhado por não conhecer melhor o cinema coreano. Sim, Bruno acerta em cheio quando menciona elementos simbólicos, caricatos, mas é tudo tão bem encaixado, roteiro, fotografia, atuações, direção, que o filme é completamente convincente ao que se propõe. Seduz, instiga, tensiona o suspense, joga com uma criatividade inacreditável. Ficamos na expectativa do desfecho, que faz o espectador aplaudir as 2 horas do filme. Há momentos de humor que nos fazem gargalhar, exposição de contrastes, momentos de filosofia e de intimidade. Repito: como esse pessoal fez um filme tão bom?
    Ricardo L.
    Ricardo L.

    59.538 seguidores 2.776 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 11 de novembro de 2019
    Um dos grandes filmes do ano e de um diretor diferente e acima de tudo super talentoso, sendo ele já uma realidade no meio, o grande Joon-ho Bong já tem obras excelentes como O expresso do amanhã e Okja, mas aqui ele tem seu melhor filme, destaca-se principalmente pelo roteiro excepcional com diálogos incríveis, atuações de primeira e um enquadramento de câmera ótimo. Parasite tem potencial para daqui alguns anos se colocado como Obra prima.
    Matheus A
    Matheus A

    3 seguidores 27 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 11 de dezembro de 2019
    Estou processando como descrever Parasite, parece que passou um furacão em minha cabeça, mas uma coisa eu sei se a duração do filme fosse 4 horas eu queria que durasse 5 horas, a imersão de parasite é outro nível, posso dizer tranquilamente que nunca havia assistido um filme como esse, seus detalhes, as minuciosas coisas que há nele são ridiculamente espetacular.
    A cada cena, literalmente a cada nova cena não havia tempo para respirar, Parasite é incansável, aterrorizante, maravilhoso e também é um parasita que está em minha mente e que nunca mais sairá.
    Nabokova
    Nabokova

    13 seguidores 111 críticas Seguir usuário

    1,5
    Enviada em 11 de fevereiro de 2020
    Um monte de acontecimentos sem conexão com a realidade, um monte de comportamentos sem conexão com uma mínima normalidade humana. Uma sucessão interminavel de bobalhada sem sentido e sem empatia. 2 horas de duração parecem 3. Além de falhas de filme infantil como: Como é possível num país tão tecnológico uma mansão de luxo não ter câmeras sequer no Jardim? O final é inacreditavelmente ruim, e aliás o filme só vai piorando com o tempo, por incrível que seja alguém deixar acontecer esse tipo de despropósito. Está bastante claro que os EUA quiseram agradar a Coreia, e assim tiraram o Oscar de, simplesmente, Scorcese, que fez um filme ótimo, com três grandes monstros do cinema, e de DUAS OBRAS-PRIMAS: Coringa e 1917. Como a Academia faz isso?
    Alvaro Triano
    Alvaro Triano

    93 seguidores 97 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 28 de novembro de 2019
    Se você ainda não assistiu um filme do criativo diretor sul-coreano, Bong Joon-Ho (Okja e Expresso do Amanhã tem na Netflix, O Hospedeiro e Mother) não sabe o que está perdendo. De longe, o diretor é um dos mais inventivos do mercado cinematográfico, e em seu novo longa “Parasita” ele consegue ascender e misturar sua cinematografia de forma majestosa, navegando em diversos gêneros e transformando esse trabalho em um obra impecável e única. Parasita conta uma história de desigualdade de classes, onde temos a família Kim, pessoas que vivem em extrema pobreza na Coreia do Sul e moram em uma casa (que mais parece um porão), abaixo do nível da rua, tanto que mendigos mijam em sua janela diariamente e eles precisam fazer pequenos bicos e “gambiarras” para sobreviver. Talvez gambiarra seja a palavra que define essa família na narrativa de Joon-Ho, pois desde a cena de abertura do filme, já temos um contato com os Kim tentando pegar o sinal de WiFi do vizinho, nesse sentido, fica claro para o receptor que eles não são tão bestinhas ou inocentes como parece. É tipo o “jeitinho brasileiro” de se virar ou fazer as coisas e isso fica evidente quando o filho deles consegue um emprego na casa da família rica. Do outro lado temos o contraponto ou espelho deles, a família Park, extremamente ricos, donos de empresas de tecnologia que vivem em uma luxuosa mansão e não passam pelos perrengues da outra família. O interessante disso tudo é que as duas famílias são compostas por 4 pessoas (pai, mãe, filho e filha) o que lembra muito o excelente filme “Nós” do americano Jordan Peele, que estreou também em 2019. Os dois longas retratam as facetas da desigualdade, mas também são literais em dizer que existe uma relação parasitária entre uma classe e outra, como se um dependesse do outro, mas quem é o parasita de quem? Talvez por se colocar no lugar do outro com suas vivências seja fácil definir isso, no entanto, o trabalho e toda a acuidade visual e metalinguística de Joon-Ho brinca conosco como uma montanha russa de emoções. Os Kim vivem em um plano abaixo, quase um esgoto, enquanto que os Park vivem acima. Para chegar na casa dos Park existem inúmeras subidas e escadas, enquanto os Kim é só ladeira abaixo, contrastes visuais, metalinguagem e uma narrativa muito bem elaborada para uma temática relativamente simples, que faz do Parasita um filme soberbo, brilhante e até indigesto com suas diversas reviravoltas. Para mim um dos melhores filmes do ano!
    Nelson J
    Nelson J

    47.947 seguidores 1.696 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 3 de dezembro de 2019
    Filme ácido sobre as relações sociais. Uma família desocupada, aos poucos assume todas as funções serviçais de uma família rica e aos poucos seus abusos vão sendo revelado, bem como daqueles que foram substituídos e da própria família abastada. Genial.
    Priscila F.
    Priscila F.

    27 seguidores 3 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 19 de novembro de 2019
    Diria que o filme é impactante, pois através de forma que de início parece até cômica faz uma crítica profunda à sociedade sul coreana. Também é um filme tenso que prende a atenção dos espectadores do início ao fim. Essa crítica social caberia perfeitamente a outros países e não apenas à Coréia do Sul.
    Mauro A
    Mauro A

    13 seguidores 99 críticas Seguir usuário

    1,5
    Enviada em 9 de fevereiro de 2020
    Primeiramente, achei ese filme cansativo e sonolento, se tivesse 40 minutos a menos daria para aguentar. A história segue um tom de comédia, para nos vinte minutos finais terminar naquela tragédia sanguinolenta, muito paradoxo. Não me impressionou em nada, por isso, sem muito o que comentar.
    Adam William
    Adam William

    8 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 28 de outubro de 2019
    Se fizermos o exercício de classificarmos as obras contemporâneas através dos gêneros primários do teatro – semelhante a separação realizada no Globo de Ouro, entre drama e comédia –, é certo que colocaríamos o sul-coreano Parasita no lado das comédias, apesar de todas as suas nuances que o tornam longe de ser algo convencional, seja lá em qual gênero ele se enquadre.

    A obra de Bong Joon-ho nos introduz a família Kim e justifica seu título logo na sequência de abertura. Vivendo de forma indigente em uma casa que se assemelha a um porão que, além do pouco espaço e da sujeira e insetos, materializa a metáfora da família viver abaixo da sociedade, já que a casa aparenta estar em um nível inferior à rua em que moram, os membros da família demonstram que se viram como podem, seja ganhando dinheiro dobrando caixas de pizza para uma pizzaria local, seja utilizando qualquer wi-fi aberto que puderem encontrar. A oportunidade, entretanto, bate à porta quando Ki-Woo (Choi Woo-sik), o filho mais velho dos Kim, recebe a visita de um velho amigo (Park Seo-joon) que lhe oferece a chance de ser tutor de inglês para a filha de uma família rica.

    O momento em que Ki-Woo chega à casa da elitizada família Park para a entrevista de emprego é ilustrado por um travelling que deixa claro a diferença que existe entre a vida das duas famílias. Enquanto os Kim esgueiram-se para viver em seu pequeno lar – facilmente encaixado no plano inicial –, os Park podem se dispersar por uma enorme casa, construída por um arquiteto renomado, tão grande que o plano médio utilizado por Joon-ho mal captura seu espaço. É também esta diferença de classes que molda a personalidade das duas famílias, pois enquanto que os ricos não precisam ter quaisquer preocupações mundanas e acabam soando demasiadamente ingênuos, os pobres parecem ter nascido com o dom da esperteza, já que não tarda para que toda a família Kim se instalem entre os Park, parasitando entre eles. Já a simetria entre a composição das famílias – pai, mãe, filho, filha – só evidencia mais ainda o distanciamento entre as realidades.

    A construção dos núcleos funciona para que a suspensão de descrença do público não seja exigida em níveis extremos: apesar dos planos por vezes serem muito mirabolantes, são críveis devido a soberba dos Park. Por exemplo, se a matriarca da família demonstra certa reverência a figuras e produtos americanos, usar dos EUA para atestar suas mentiras torna-se prática comum – usam até mesmo nomes americanos para soarem mais confiáveis – e conforme a farsa se mantém através destes pequenos detalhes, só é necessário um para acender uma faísca entre ambos, já que trazem à tona certos preconceitos do patriarca Park (Lee Sun-kyun). Entretanto, o texto co-escrito pelo diretor e por Han Jin-won acerta ao não estabelecer nenhum dos personagens como “vilões” propriamente ditos, já que não há pessoas más em cena, apenas comportamentos condenáveis por parte deles – o próprio Sr. Park é tido como um bom homem pelo Sr. Kim (Song Kang-ho), algo que é afirmado mais de uma vez.

    E é logo quando a obra parece perder o fôlego por permanecer neste lugar comum e a curiosidade de como Joon-ho pode concluir sua trama de forma coerente surge, que há um plot twist que transforma Parasita como um todo. O filme de comédia dá lugar a outra obra e o diretor pega seu público pela garganta, pois torna-se impossível imaginar quais os desdobramentos de um certo acontecimento. Joon-ho demonstra um preciso controle de câmera ao fazer com que o público, antes tão à vontade, seja preso em planos claustrofóbicos, incômodos e cheios de adrenalina. A partir daí, com o choque entre os núcleos ganhando contornos mais sombrios, o diretor cria planos contrastantes, que explicitam as aflições dos menos afortunados diante das “preocupações” dos Park, algo bem elaborado pela exemplar montagem de Yang Jin-mo, ágil nos momentos certos.

    Conforme se aproxima do final, Parasita coloca a luta de classes cada vez mais no centro da trama, trazendo um clímax à altura para o conflito de lados tão extremos. Com isso, a obra de Bong Joon-ho que começara como uma indiscutível comédia migra para outros gêneros, sem abrir mão de ser um entretenimento provocativo, ácido e impactante. E embora tende a explicar-se demais ao final, sua conclusão dolorosa cabe perfeitamente ao discurso da obra.
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