Desde sua gênese nas HQ's, criadas por Stan Lee e Jack Kirby, a premissa dos mutantes (humanos, que como resultado de um súbito salto evolucionário, nasceram com habilidades sobre-humanas) caracterizava-se por um imenso enfoque político e social. X-Men: O Filme (2000), nós remete a essa situação de aceitação por parte dos humanos para com os mutantes, e dos mutantes para com eles mesmos, abrindo um leque de questões existenciais.
O governo incita nas pessoas que estes seres são uma ameaça iminente à sobrevivência humana, um inimigo a ser combatido. Convivendo com a repressão e o repúdio dos humanos, os mutantes se vêem desolados.
Nesse meio, se encontram os mutantes Charles Xavier (Professor X) e Erik Magnus (Magneto), velhos compadres. Dois lados da mesma moeda, mas que nutrem entre si uma rivalidade ascendente, repleta de transcendências, como em uma partida de xadrez. Magneto, extremista, acredita que se os humanos não podem aceitá-los como são, que se tornem "aberrações" como eles também. Professor X, fundador do Instituto para Jovens Super-Dotados Charles Xavier, acredita numa coexistência pacífica entre humanos e mutantes.
Essa rivalidade gera uma das melhores, senão a melhor cena do filme, a da investida de Magneto contra os policiais.
O instituto abriga mutantes, onde aprendem a controlar e a viver bem com seus poderes e são doutrinados para pensar assim como seu fundador e mentor, sendo sempre dispostos a lutar pelos que os temem e os odeiam.
A história do filme gira em torno de Wolverine e Vampira nos trâmites dos planos de Magneto e sua entrada para os X-Men. Estes, nutrem uma estranha relação, muito bem explorada. É divertida a indefinição da relação entre eles (pai/filha ou homem/mulher).
O filme peca na subaproveitação de alguns personagens (Mística e Groxo entram mudos e saem calados, apesar de aparecerem bastante ao longo dos quase 100 minutos). Outro ponto fraco é a luta final, que apesar de emblemática, não alimenta toda expectativa criada ao longo da projeção.
Nota: Eu ainda não acredito que o Groxo desceu o cacete no Ciclope, na Jean Grey e na Tempestade SOZINHO...
No geral, X-Men: O Filme é fantástico, servindo como a nova porta de entrada das HQ's nas telonas, tradição perdida com o lamentável Batman Eternamente (Eternamente um Lixo).
É o novo início do "midia for geeks"!!!