Indiano naturalizado norte-americano, o diretor M. Night Shyamalan já fez vários e bons filmes em sua carreira vasta em Hollywood. Dirigiu o perturbador “O Sexto Sentido”, que foi um marco no cinema, devido aquele recurso que o marcaria para a vida toda, plot twist (reviravolta), assim como, dirigiu o fenomenal “Corpo Fechado”, início dessa trilogia, a “Dama na Água”, o intrigante “Sinais”, o criticado “A Vila” (eu gosto), entre outros. Em sua nova empreitada e parceria com a produtora de filmes de terror Blumhouse, Shyamalan entrega o desfecho de sua celebração aos filmes de super-heróis com Vidro. O novo longa é fantástico desde o início, consegue te deixar preso ao enredo, ao mesmo tempo que não cai em clichês do gênero. A semiótica das cores e os ângulos inusitados são a cereja do bolo, dando uma cara nova para a produção. A narrativa é bem feita, pois, além de dirigir, Shyamalan roteirizou e produziu esse ato final grandioso, mesmo sendo um diretor cético que brinca com fábulas de forma única, ele consegue entregar uma obra de grande representatividade para o mundo nerd. Vidro é inteligente ao ponto de ser crível, já imaginou um mundo onde super-heróis e vilões existem? Como seria essa relação com a sociedade? Seriam essas pessoas sãs ou loucas? Algo que o diretor lança diante do público em suas 2h10. Um filme de herói visto pela ótica de um cético, que se entrega de uma vez para o universo “super” das histórias em quadrinhos. Seu novo trabalho é o marco de sua linda homenagem as HQs, começando com Corpo Fechado (2001), encorpando com “Fragmentado” (2017) e finalizando com Vidro (2018) de forma harmoniosa e concatenada.