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@cinemacrica
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2,0
Enviada em 20 de abril de 2019
(Insta: @cinemacrica) - Há um bom grau de inventividade na obra da diretora Sophie Fillières. É no banheiro de uma festa de apartamento que Margot encontra Margot. De um lado, a Margot jovem. Do outro, a mesma Margot adulta. Sim, estão no mesmo tempo e espaço duas personagens separadas pela idade, mas unidas pelo fato de serem a mesma pessoa. Não cabem explicações lógicas sobre o ocorrido, o que não é um problema. Basta assimilar a proposta do exercício de acompanhar como seria o convívio de você consigo mesmo em diferentes estágios de maturidade. A ausência da racionalidade é o menor dos problemas. Na verdade, qualquer engenharia nesse sentido comprometeria a essência do filme que está longe de uma ficção científica. Mas, mesmo com a mente aberta, Fillières agrega ingredientes interessantes numa mistura com dosagens desproporcionais. Seguindo os estereótipos etários, a Margot jovem incorpora o espírito impulsivo, canalizado numa libertina abertura sexual. Sua versão adulta, já muito mais comedida, carrega o aprendizado da vida. Pela base narrativa proposta, a interação das personagens deveria render um troca de aprendizados mútuos com temperos tradicionais de quem já viveu e provocações reflexivas de quem busca experimentações. Entretanto, o que se apresenta é um amplo domínio do fluxo unidirecional pessimista. Há um excesso de exemplos que recorrem ao mecanismo dos equívocos da Margot jovem sendo redigeridos pela Margot adulta. Além da troca de experiências ser desproporcional entre as gerações, o que parecia ser um roteiro com forte potencial cômico desanda com o peso do sabor amargo dos infortúnios da versão jovem da protagonista. E, mesmo considerando uma possível via menos doce, os episódios escolhidos não têm peso dramático. Falta riso para o esboço cômico, peca-se na escolha das passagens tristes. Apesar desse desbalanço, as atrizes são competentes em transparecer o espírito pertinente aos seus estágios de vida. Mas, não o suficiente para salvar o todo.
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