O Acampamento: Crítica AdoroCinema

Terror independente australiano, O Acampamento tinha tudo para ser mais um filme de suspense qualquer. A trama é super clichê. Jovem casal decide passar um final de semana romântico em um lugar isolado. O que era para ser um sonho, logo se transforma em pesadelo ao descobrirem que não estão sozinhos no local. A premissa já foi vista inúmeras vezes nas telas do cinema, então, para funcionar, deveria oferecer algo a mais para seu espectador. E é isso o que acontece aqui.

Produzido sem muitos recursos, O Acampamento não é mais um filme de terror. Trata-se de uma obra original e repleta de surpresas, e um elemento fundamental para chamar a atenção do público: a brutalidade. O longa não poupa seus personagens e seus espectadores, que embarcam numa sucessão de cenas nervosas.

Ao chegar no local do acampamento, o casal principal percebe que havia uma outra barraca acampada ali. Com o passar das horas, fica cada vez mais estranho o fato de que ninguém aparece para ocupar o espaço. A partir daí, o filme investe em flashbacks para mostrar o que acontece com a família que estava no local. Aos poucos, as histórias vão se encontrando e as ameaças vão se tornando maiores.

O roteiro de Damien Power (também diretor do filme) inova ao abrir o leque de pontos de vistas de seus personagens. Há o casal principal, mas o texto também se preocupa em desenvolver além da ação as personalidades da família e até mesmo dos vilões.

Falando nos vilões, é interessante como a obra flutua diante das personalidades duras e perturbadas deles. Os dois antagonistas surgem em momentos de incertezas, para logo apresentarem sequências de completa violência e insanidade. Com isso, o público fica num constante estado de impacto, meio que sem acreditar que o longa foi tão longe em sua brutalidade.

No final das contas, estamos diante de um eficiente conto de luta pela sobrevivência. Para um diretor de primeira viagem, Power demonstra um completo domínio narrativo e uma boa condução das cenas de tensão. Ele conta com a ajuda de um elenco eficiente, com destaque para Harriet Dyer e Aaron Glenane.