Te Peguei!: Crítica AdoroCinema

Te Peguei! quase que já te ganha na premissa. Um filme que conta a história real de um grupo de amigos que costumava brincar de pega-pega na escola e que continua com o jogo mesmo quando todos já estão adultos... É uma premissa bobinha, mas fascinante.

A execução, no entanto, deixa um pouco a desejar, passando a impressão de que um documentário talvez fosse mais bem resolvido. Embora conte com um elenco ótimo, quase todos com excelente timing cômico, falta um elemento principal nesta comédia: o humor. O longa diverte em alguns momentos, mas oferece poucas cenas de fazer o público gargalhar no cinema. Na maior parte do tempo, o espectador vê tudo de forma quase que aborrecida, esperando o tempo passar.

Ed Helms, Jake Johnson, Jon Hamm, Hannibal Buress e Jeremy Renner vivem os cinco amigos participantes do jogo. Na verdade, os quatro primeiros se unem para tentar pegar o personagem de Renner, que nunca foi vencido na brincadeira. Annabelle Wallis, Isla Fisher, Rashida Jones e Leslie Bibb formam o elenco feminino principal.

Como podem ver, é um elenco incrível, mas desperdiçado. Helms e Johnson parecem apenas repetir seus personagens em Se Beber, Não Case! e New Girl. Já Buress surge interpretando praticamente e si mesmo, como se estivesse num stand up. Em uma comédia, faz pouco sentido tentar destacar um personagem específico para ser o alívio cômico. Renner acaba sendo o durão de sempre, mas funciona. Dentre as atrizes, a decepção vai para o papel nada relevante de Rashida Jones, que já mostrou ótima capacidade para o humor em Parks and Recreation e The Office.

Com vasta experiência na TV, o diretor Jeff Tomsic tem sua primeira grande oportunidade na tela grande, mas não se sai bem. O filme tem problemas sérios de ritmo, principalmente quando tenta caminhar com elementos mais dramáticos no terceiro ato.

Inspirado em artigo de Russell Adams para o Wall Street Journal, o longa conta com roteiro de Rob McKittrick e Mark Steilen. O trabalho final da dupla promete muito, mas entrega muito pouco. É por vezes divertido, mas quase nunca realmente engraçado.

O texto falha ainda ao oferecer a quase todos os personagens a oportunidade de assumir um pedaço da narração, uma ideia que parece divertida, mas que acaba ficando confusa e pouco relevante.