Um filme encantador. Fotografia, trilha sonora, personagens, cenários, efeitos especiais. O gracioso boneco de madeira Pinóquio, sua fadinha protetora, a tia lesma, arrastando-se pela casa nos encantam do princípio ao fim. Até o que nos causa repulsa, também nos encantam. Mais uma direção primorosa de Matteo Garrone. Merece premiações sim. E elas virão. Pela graça do boneco menino, pela sua personalidade dócil e decidida, pelo que nos ensina, pelo que surpreende, por sua sinceridade, sua coragem, pela sua criança pronta a transgredir quando torciamos para que não o fizesse, mas que nos surpreendia quanto transgredia pelo simples fato de ser na verdade uma criança. E, finalmente, por seu altruísmo na busca por seu papai e criador, o simpático e cansado Gepeto. Fica a dica: quem não assistiu, que o faça o quanto antes. E aliás, este filme é para os pequenos sim. Eles entenderão cada cena, mergulharão em cada fantasia, se deliciarão em cada aventura, e se permitirão amar esse bonequinho de madeira tão encantador, num filme que abrilhanta a arte cinematográfica.