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    As Viúvas
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    As Viúvas

    Quatro mulheres e um segredo

    por Lucas Salgado

    Conhecido pelos trabalhos em Shame e 12 Anos de Escravidão, o cultuado diretor Steve McQueen volta aos cinemas com o thriller As Viúvas. É curioso notar que o novo longa do cineasta, exibido em primeira mão no Festival de Toronto de 2018, tem muito pouco em comum com as obras anteriores dele.

    Widows (no original) conta a história de quatro mulheres que perdem seus maridos ao mesmo tempo. Eles formavam um grupo de criminosos e acabam falecendo após um golpe dar muito errado. Sozinhas e precisando se virar, elas se unem para tentar seguir o mesmo caminho do crime dos companheiros.

    É curioso notar que, como acontece em Shame, boa parte dos personagens em cena possuem condutas duvidosas. Não existem intenções puras por trás das ações de nenhum personagem visto em cena. 

    Como em 12 Anos de Escravidão, McQueen consegue escalar um elenco praticamente dos sonhos, formando um time de qualidade impressionante: Viola Davis, Michelle Rodriguez, Elizabeth Debicki, Colin Farrell, Carrie Coon, Liam Neeson, Daniel Kaluuya, Robert DuvallJon Bernthal e muito mais.

    O filme tem roteiro escrito por McQueen e por Gillian Flynn, autora conhecida por obras como Garota Exemplar e Sharp Objects. Como na maioria dos trabalhos da escritora, temos aqui personagens femininas determinadas, ambiciosas e muito inteligente. O elenco é diversificado e talentoso, com destaque para Viola Davis.

    A atriz vencedora do Oscar por Um Limite Entre Nós vive uma mulher envolvente e sempre complexa. Por sinal, o longa é um thriller de assalto que não se julga inteligente demais e, ao mesmo tempo, não abusa do jogo de reviravoltas para criar suspense. Na verdade, há sim um momento em que desvia demais da história principal para explicar uma situação, em um flashback, mas nada que comprometa a narrativa.

    As Viúvas conta com dez primeiros minutos alucinantes e uma fotografia primorosa de Sean Bobbitt, parceiro de McQueen na maioria de suas obras. O diretor de fotografia entrega um visual cru, mas sempre fascinante, que de certa forma encontra paralelo nos personagens vistos em cena. Todos são mais complexos (e menos corretos) do que parecem ser.

    Steve McQueen conseguiu criar uma produção que funciona como filme de assalto e crítica social.

    Filme visto durante o Festival de Toronto, em setembro de 2018

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