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Bader
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64 críticas
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4,0
Enviada em 2 de maio de 2017
O filme me surpreendeu positivamente. Mostra a luta de duas atrizes em um curso de interpretação em um país distante, misturando habilmente a relação pessoal entre as duas e seus papéis no treinamento. Os relances da vida em Moscou são também interessantes. O depoimento da atriz portuguesa é muito revelador . As duas protagonistas fazem um belo trabalho de interpretação.
O Filme te envolve e mesmo indo em um ritmo lento do que estamos acostumados a ver em filmes nacionais, ele te puxa pra dentro do drama das personagens.
A fotografia incomoda, os enquadramentos são estranhos, talvez de propósito talvez não. A câmera hora se mexendo freneticamente e em outros momentos parece que não tem ninguém ali atrás.
A direção usa um argumento de que um dos personagens é um cineasta em treinamento e que está fazendo um documentário sobre a viagem, o que explica a câmera frenética, mas não me faz engolir esse formato. Particularmente esse jogo entre, ficção e documentário durante o filme, não agradou em nada. O personagem Argentino cineasta é até interessante, mas a direção prefere não mostrar tanto ele na tela. Ao invés disso, estende takes longos de mais, de grandiosos nadas, sem diálogos importantes e sem nexo nenhum só pra mostrar “Olha estamos gravando na Rússia” “Olha estamos na embaixada Brasileira”. Mas nem tudo é Ruim na direção, tem momentos que o filme recebe um tom crítico e usa o teatro como plataforma. Uma das falas mais importantes pra mim foi quando o diretor Russo pergunta pra personagem Marta qual o motivo dela estar naquele curso e ela responde: “Estou cansada de ver que no Brasil tem mais gente no palco do que na platéia” Isso foi um soco porque trouxe pro mundo do cinema e quando olhei ao redor na sala só tinham 5 pessoas, em um sábado, vendo um filme nacional, enquanto as filas se estendiam do lado de fora pra ver qualquer outro filme americano. Outro momento interessante, foi a história do teatro Russo de Operários e como a cultura teatral é tão forte por lá. O filme tenta vender as vezes uma comédia romântica, um triângulo romântico, mas isso não é tão fácil de vender, não rolou. No geral nos últimos anos o cinema nacional tem decepcionado muito, com filmes besteiróis feitos pra serem uma extensão da TV aberta, com os mesmos atores e com os mesmo roteiros cuspidos. Vermelho Russo não é um filme que será lembrado daqui a uns 3 anos, mas com toda certeza merece ser mencionado como uma produção ousada que tentou fugir bastante do padrão nacional atual, só não acertou a fórmula, não é a uma realidade acessível retratada no filme.
Como o próprio diretor disse em uma entrevista: VERMELHO RUSSO É UMA CRÔNICA SENTIMENTAL.
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