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    First Reformed
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    3,1
    87 notas
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    14 Críticas do usuário

    5
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    Crismika
    Crismika

    1.098 seguidores 510 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 27 de maio de 2021
    Um filme intrigante que envolve fé, meio ambiente, passado, presente e futuro. O roteiro é bem engajado com diálogos fortes e inteligentes, claro com a talento de Ethan Hawke mostrando sempre o processo provações que precisamos passar na vida. O filme é lento devido aos diálogos, mas vale a pena pelo gran finale.
    Kamila A.
    Kamila A.

    7.552 seguidores 806 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 26 de fevereiro de 2021
    Em um determinado momento de "Fé Corrompida", filme dirigido e escrito por Paul Schrader, o Reverendo Toller (Ethan Hawke) afixa na placa da Igreja Protestante a qual ele é responsável a seguinte frase: "Será que Deus vai nos perdoar?". Essa pergunta ecoa de muitas formas diferentes, dependendo da perspectiva de quem a está lendo. O fato é que, na realidade em que "Fé Corrompida" está inserido, o mundo, o Reverendo, as pessoas, as instituições, todos estão doentes.

    O Reverendo Toller é um homem em crise - consigo mesmo e com a sua ideia de mundo, a qual é abalada a partir do momento em que ele começa a auxiliar o marido (Philip Ettinger) de uma jovem paroquiana (Amanda Seyfried). Este conflito interno faz com que o Reverendo Toller comece a refletir sobre a sua própria conjuntura - principalmente, sobre a sua igreja. O que ele enxerga ao seu redor e a maneira como ele irá se portar diante disso é o que interessa ao filme de Paul Schrader.

    Existem muitos detalhes interessantes em "Fé Corrompida". A começar pela maneira como Paul Schrader retrata a igreja que dá nome ao título original do filme: a First Reformed é uma igreja histórica, com 250 anos de existência; sendo, atualmente, vista mais como uma loja de souvenir do que como um ponto de fé, com suas missas vazias. Também prestemos atenção na forma como as instituições religiosas são retratadas no longa. Um Reverendo como Toller é uma figura romântica, que representa a essência da religião como a conexão com outras pessoas; ao contrário das instituições atuais, que veem a fé e a religião como um negócio que envolve diversos interesses.

    São elementos como estes que fazem de "Fé Corrompida" um filme extremamente rico. Porém, a maior beleza dele está na atuação de Ethan Hawke. Arrisco dizer que é a melhor de sua carreira. Premiada com um Gotham Independent Film Awards de Melhor Ator, em 2018, é até um ultraje que sua performance não tenha sequer sido lembrada no Oscar daquele ano. Merecia!
    Carolina Lima
    Carolina Lima

    1 crítica Seguir usuário

    4,5
    Enviada em 26 de fevereiro de 2021
    Deixo a reflexão do que senti ao ver o filme.
    No início achei que se passava nas decadas de 20, 30 e por ai vai, devido a paleta de cores.
    Com o passar da história notei que é atual e talvez a escolha da paleta de cores se refletia a tamanha dor e sofrimento.
    Não vou entrar em detalhes com relação ao álcool e nem a doença, pois não acho que essa é a principal mensagem. Existia muita dor no padre, que inicialmente sua origem era das perdas pessoais, mas que depois se externam as dores do mundo quando conheceu o ativista.
    O ativista era extremista, mas talvez ele sentisse demais, tamanha dor e os sofrimentos do planeta, tamanhas dores causadas pelo ser humano. Ativista que escolheu partir, por não suportar tamanha dor e destruição, considerando um parte planetária cega, avarenta e por ai vai....
    E o padre foi tocado e um lindo despertar ocorre um uma cena incrível com a Mary.
    O despertar de fazer parte do todo e enxergar Deus em todos os cantos, fazendo parte da criação (criando ou destruindo), enxergando toda beleza da criação, juntamente com todos os seres e elementos da natureza, misturado com a destruição causas pelo humano (desmatamento, poluição desde pequena a grande escala e por ai vai).
    Despertar do padre, que só teve a certeza de não fazer sentido os dogmas da igreja, a forma como mostrava Deus as pessoas. Ele passou a enxergar a politicagem, ganância e poder da própria igreja, além de quererem impor sua própria verdade interpretada.
    Fim doloso para o padre, mas de uma escolha, pois talvez já não via mais sentido em sua jornada, talvez não soubesse lidar com as questões e visões da igreja. Vejo que ele tinha fé e não só acreditava em Deus, como via em toda parte, mas a igreja se limitava a sua interpretação da Bíblia e dogmas. Ele passou a sentir muita dor pelo mundo e por ver humanos cegos querendo impor suas verdades. Vejo que ficou desacreditado e se uniu ao divino (a cena com Mary mostra o amor e a entrega ao divino), que acredito que tenha sido uma cena fictícia, representando o amor puro e a entrega ao divino, a criação.
    Está e a minha visão. A história de um padre que se desprendeu de uma religião, pois não acreditava em Deus (mente) e sim ele podia ver Deus (coração) e seguia o caminho da religiosidade, espiritualidade.
    Andrea P.
    Andrea P.

    1 crítica Seguir usuário

    0,5
    Enviada em 10 de junho de 2020
    Filme horrível! Sem pé nem cabeça... Não tem nexo. Assuntos aleatórios. Ficarei vendo até o final de raiva e curiosa, mas perdi meu tempo
    Fabricio Menezes
    Fabricio Menezes

    19 seguidores 150 críticas Seguir usuário

    1,0
    Enviada em 5 de julho de 2020
    Incrível como um filme tão confuso e com um roteiro tão simplista e mal feito consegue uma indicação ao Oscar justamente na categoria de roteiro original. Com certeza se a Academia não insistisse tanto em se limitar aos filmes produzidos nos EUA, teriam encontrado outro filme de qualquer outra parte do mundo com um roteiro muito melhor que esse. A direção até tem alguns momentos interessantes que valeriam uma indicação, agora o roteiro realmente é uma bagunça! Vários temas aleatórios, algumas questões que ficam em aberto, como qual era afinal a doença dele. Aquele diário tbm que deveria trazer alguma coisa relevante pra trama acaba em vários momentos sendo sem sentido e trazendo frases clichês. Depois de horas assistindo, tem um momento que parece que o filme não evoluiu em nada de tão superficiais e sem vida que são os personagens.
    Ricardo L.
    Ricardo L.

    59.598 seguidores 2.776 críticas Seguir usuário

    3,5
    Enviada em 5 de maio de 2020
    Bom filme, indicado a roteiro original no óscar 2019 e para muitos merecia ter ganho, saindo vencido por Green Book, realmente o roteiro é o ponto alto do filme com diálogos muito bem elaborados, fazendo com que tudo se encaixe, destaque também para as atuações ótimas de Ethan Hawke e Amanda Seyfried. Ressalvas para ato final deixando em aberto algo que merecia um desfecho concreto.
    Andre Filho
    Andre Filho

    1 crítica Seguir usuário

    0,5
    Enviada em 6 de janeiro de 2020
    RESUMINDO,UM LIXO ! Simplismente nao assistam . Entre os piores filmes que ja assisti,perdi meu final de domingo c essa bosta. Sim estou puto heheh
    Sidney  M.
    Sidney M.

    28.304 seguidores 1.082 críticas Seguir usuário

    3,0
    Enviada em 19 de agosto de 2019
    O filme começa com diálogos inteligentes e relevantes, fazendo sentido com o realidade. Infelizmente, o desfecho se perde e termina de uma maneira decepcionante.
    Victor C
    Victor C

    3 seguidores 33 críticas Seguir usuário

    0,5
    Enviada em 17 de agosto de 2019
    Fraquíssimo! Muito aquém das minhas expectativas. A sinopse então, passou longe do filme. Filme fraco, sonolento, história previsível é horrível! Simplesmente detestei.
    Guga A
    Guga A

    2 seguidores 5 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 20 de março de 2019
    spoiler:


    O filme escrito e dirigido pelo americano Paul Schrader, autor eternizado pelos roteiros de Taxi Driver (1976) e Touro Indomável (1980), é uma obra com um forte perfil espiritual e transcendental, que não nega a influência norteadora de outros filmes, especialmente Luz de Inverno (1963) de Ingmar Bergman e Diário de um Padre (1951) de Robert Bresson, para criar sua própria narrativa e personagens de profundidades dignas dos temas abordados.

    De início já observamos uma importante escolha estética/narrativa feita pelo diretor, que é a realização da filmagem em uma proporção mais restrita[1], onde a imagem aparece para o espectador em um formato mais quadrado e fechado, obrigando o público a concentrar sua atenção ao centro da tela, permitindo uma maior intimidade e conexão com os personagens em cena, garantindo close-ups incríveis e emotivos além de trazer um aspecto mais minimalista e menos grandioso.

    Ao sermos apresentados aos personagens principais dessa história, somos imediatamente lançados ao questionamento que se torna o alicerce de todo o filme: a constante disputa entre a Esperança e o Desespero. A paroquiana Mary busca o aconselhamento do pastor local, Ernst Toller, ao perceber que seu marido, um ativista ambiental, se encontra em um severo niilismo sobre o futuro do planeta e decidido de que a melhor decisão é que ela realize um aborto do filho que estão esperando. No encontro desses dois homens, um grande embate sobre Esperança e Desespero é travado, resultando em decisões transformadoras para ambos.

    O pastor relata na sua conversa com o desacreditado ativista Michael (Philip Ettinger) a história de seu encontro com a religião e com o sacerdócio, dessa aproximação com a espiritualidade após a morte de seu filho que, inspirado e incentivado pelo pai, alistou-se nas forças Armadas e acabou morrendo em combate. Seu luto e culpa que seguiram esse incidente, o levaram à busca pelo transcendental e a uma possível redução de seu sofrimento diante presença de Deus e da servidão à sua palavra como sacerdote.

    Michael se apresenta narrativamente no papel de acusador/juiz das ações humanas e suas consequências devastadoras para o meio ambiente. É principalmente um questionador da já abalada fé de Ernst na Divina Providência. A descrença do ativista na possibilidade de redenção da civilização que se coloca em uma posição externa/superior à Unidade que é a vida afeta o pastor que passará por revalorações de suas crenças.

    De um lado temos a transcendência religiosa de Ernst e do outra a imanência niilista de Michael. Os dois em suas buscas particulares de propósitos para a vida encontram caminhos aparentemente distintos para alcançá-los. Porém, observamos em ambos uma vida ressentida, de má-consciência e de culpa. No pastor ascético aparece com há a negação do corpo e da vida, se mantendo preso nas dores do passado como fossem dívidas que jamais conseguirá saldar, alimentando-se de pão e whisky e isolando-se na sua igreja. Já o ativista, em estágio profundo de depressão, decide pela maior negação da vida, o suicídio.

    Encontrando seu novo proposito na Unidade do Criador e Criação, uma visão ainda Deísta mas de caráter imanente, mais próximo agora de Espinoza (1632-1677) e se distanciando de Santo Agostinho (354-430). O confronto do pastor com o seu superior (Cedric the Entretainer) o chefe da mega Igreja Abundant Life, sobre o apoio financeiro que ela vem recebendo de uma das empresas que mais poluem no mundo, se revela como um reflexo alegórico de sua impotência e do silêncio ensurdecedor daqueles que seriam a representação Divina na Terra.

    A profundidade dessas jornadas de realizações é alcançada graças a direção precisa de Schrader e de seu roteiro impecável que nos deixa conjecturando sobre o final muito depois de terminado o filme. E este, será interpretado por cada espectador a depender de seu humor, uma vez que nosso estado de espírito é capaz de iluminar diferentes partes dos objetos observados, garantindo a cada experiência sua particularidade. Sua derrota no Oscar para Green Book na categoria Melhor Roteiro Original foi um dos grandes erros da noite.

    Longe de serem menos importantes são as atuações de Ethan Hawke e Amanda Seyfried que entregam provavelmente as melhores atuações de suas carreiras até o momento, com uma caracterização contida, sem grandiosidades, e que ao mesmo tempo que nos chama para participar da história e nos perdermos entre a ficção e realidade. Cedric the Entretainer surpreende ao sair do lugar comum de seus papeis cômicos e mantém o nível da atuação de seus parceiros de cena.

    Uma fonte de reflexão religiosa, filosófica, ética, cinematográfica e muito mais em uma só obra de arte. Filme que deve ser revisto e apreciado diversas vezes por suas contribuições de grande valor para história do cinema e do pensamento humano.

    [1] (“Aspect Ratio 1.37:1”

    Mais textos meus no O filme escrito e dirigido pelo americano Paul Schrader, autor eternizado pelos roteiros de Taxi Driver (1976) e Touro Indomável (1980), é uma obra com um forte perfil espiritual e transcendental, que não nega a influência norteadora de outros filmes, especialmente Luz de Inverno (1963) de Ingmar Bergman e Diário de um Padre (1951) de Robert Bresson, para criar sua própria narrativa e personagens de profundidades dignas dos temas abordados.

    De início já observamos uma importante escolha estética/narrativa feita pelo diretor, que é a realização da filmagem em uma proporção mais restrita[1], onde a imagem aparece para o espectador em um formato mais quadrado e fechado, obrigando o público a concentrar sua atenção ao centro da tela, permitindo uma maior intimidade e conexão com os personagens em cena, garantindo close-ups incríveis e emotivos além de trazer um aspecto mais minimalista e menos grandioso.

    Ao sermos apresentados aos personagens principais dessa história, somos imediatamente lançados ao questionamento que se torna o alicerce de todo o filme: a constante disputa entre a Esperança e o Desespero. A paroquiana Mary busca o aconselhamento do pastor local, Ernst Toller, ao perceber que seu marido, um ativista ambiental, se encontra em um severo niilismo sobre o futuro do planeta e decidido de que a melhor decisão é que ela realize um aborto do filho que estão esperando. No encontro desses dois homens, um grande embate sobre Esperança e Desespero é travado, resultando em decisões transformadoras para ambos.

    O pastor relata na sua conversa com o desacreditado ativista Michael (Philip Ettinger) a história de seu encontro com a religião e com o sacerdócio, dessa aproximação com a espiritualidade após a morte de seu filho que, inspirado e incentivado pelo pai, alistou-se nas forças Armadas e acabou morrendo em combate. Seu luto e culpa que seguiram esse incidente, o levaram à busca pelo transcendental e a uma possível redução de seu sofrimento diante presença de Deus e da servidão à sua palavra como sacerdote.

    Michael se apresenta narrativamente no papel de acusador/juiz das ações humanas e suas consequências devastadoras para o meio ambiente. É principalmente um questionador da já abalada fé de Ernst na Divina Providência. A descrença do ativista na possibilidade de redenção da civilização que se coloca em uma posição externa/superior à Unidade que é a vida afeta o pastor que passará por revalorações de suas crenças.

    De um lado temos a transcendência religiosa de Ernst e do outra a imanência niilista de Michael. Os dois em suas buscas particulares de propósitos para a vida encontram caminhos aparentemente distintos para alcançá-los. Porém, observamos em ambos uma vida ressentida, de má-consciência e de culpa. No pastor ascético aparece com há a negação do corpo e da vida, se mantendo preso nas dores do passado como fossem dívidas que jamais conseguirá saldar, alimentando-se de pão e whisky e isolando-se na sua igreja. Já o ativista, em estágio profundo de depressão, decide pela maior negação da vida, o suicídio.

    Encontrando seu novo proposito na Unidade do Criador e Criação, uma visão ainda Deísta mas de caráter imanente, mais próximo agora de Espinoza (1632-1677) e se distanciando de Santo Agostinho (354-430). O confronto do pastor com o seu superior (Cedric the Entretainer) o chefe da mega Igreja Abundant Life, sobre o apoio financeiro que ela vem recebendo de uma das empresas que mais poluem no mundo, se revela como um reflexo alegórico de sua impotência e do silêncio ensurdecedor daqueles que seriam a representação Divina na Terra.

    A profundidade dessas jornadas de realizações é alcançada graças a direção precisa de Schrader e de seu roteiro impecável que nos deixa conjecturando sobre o final muito depois de terminado o filme. E este, será interpretado por cada espectador a depender de seu humor, uma vez que nosso estado de espírito é capaz de iluminar diferentes partes dos objetos observados, garantindo a cada experiência sua particularidade. Sua derrota no Oscar para Green Book na categoria Melhor Roteiro Original foi um dos grandes erros da noite.

    Longe de serem menos importantes são as atuações de Ethan Hawke e Amanda Seyfried que entregam provavelmente as melhores atuações de suas carreiras até o momento, com uma caracterização contida, sem grandiosidades, e que ao mesmo tempo que nos chama para participar da história e nos perdermos entre a ficção e realidade. Cedric the Entretainer surpreende ao sair do lugar comum de seus papeis cômicos e mantém o nível da atuação de seus parceiros de cena.

    Uma fonte de reflexão religiosa, filosófica, ética, cinematográfica e muito mais em uma só obra de arte. Filme que deve ser revisto e apreciado diversas vezes por suas contribuições de grande valor para história do cinema e do pensamento humano.

    [1] (“Aspect Ratio 1.37:1”

    Mais O filme escrito e dirigido pelo americano Paul Schrader, autor eternizado pelos roteiros de Taxi Driver (1976) e Touro Indomável (1980), é uma obra com um forte perfil espiritual e transcendental, que não nega a influência norteadora de outros filmes, especialmente Luz de Inverno (1963) de Ingmar Bergman e Diário de um Padre (1951) de Robert Bresson, para criar sua própria narrativa e personagens de profundidades dignas dos temas abordados.

    De início já observamos uma importante escolha estética/narrativa feita pelo diretor, que é a realização da filmagem em uma proporção mais restrita[1], onde a imagem aparece para o espectador em um formato mais quadrado e fechado, obrigando o público a concentrar sua atenção ao centro da tela, permitindo uma maior intimidade e conexão com os personagens em cena, garantindo close-ups incríveis e emotivos além de trazer um aspecto mais minimalista e menos grandioso.

    Ao sermos apresentados aos personagens principais dessa história, somos imediatamente lançados ao questionamento que se torna o alicerce de todo o filme: a constante disputa entre a Esperança e o Desespero. A paroquiana Mary busca o aconselhamento do pastor local, Ernst Toller, ao perceber que seu marido, um ativista ambiental, se encontra em um severo niilismo sobre o futuro do planeta e decidido de que a melhor decisão é que ela realize um aborto do filho que estão esperando. No encontro desses dois homens, um grande embate sobre Esperança e Desespero é travado, resultando em decisões transformadoras para ambos.

    O pastor relata na sua conversa com o desacreditado ativista Michael (Philip Ettinger) a história de seu encontro com a religião e com o sacerdócio, dessa aproximação com a espiritualidade após a morte de seu filho que, inspirado e incentivado pelo pai, alistou-se nas forças Armadas e acabou morrendo em combate. Seu luto e culpa que seguiram esse incidente, o levaram à busca pelo transcendental e a uma possível redução de seu sofrimento diante presença de Deus e da servidão à sua palavra como sacerdote.

    Michael se apresenta narrativamente no papel de acusador/juiz das ações humanas e suas consequências devastadoras para o meio ambiente. É principalmente um questionador da já abalada fé de Ernst na Divina Providência. A descrença do ativista na possibilidade de redenção da civilização que se coloca em uma posição externa/superior à Unidade que é a vida afeta o pastor que passará por revalorações de suas crenças.

    De um lado temos a transcendência religiosa de Ernst e do outra a imanência niilista de Michael. Os dois em suas buscas particulares de propósitos para a vida encontram caminhos aparentemente distintos para alcançá-los. Porém, observamos em ambos uma vida ressentida, de má-consciência e de culpa. No pastor ascético aparece com há a negação do corpo e da vida, se mantendo preso nas dores do passado como fossem dívidas que jamais conseguirá saldar, alimentando-se de pão e whisky e isolando-se na sua igreja. Já o ativista, em estágio profundo de depressão, decide pela maior negação da vida, o suicídio.

    Encontrando seu novo proposito na Unidade do Criador e Criação, uma visão ainda Deísta mas de caráter imanente, mais próximo agora de Espinoza (1632-1677) e se distanciando de Santo Agostinho (354-430). O confronto do pastor com o seu superior (Cedric the Entretainer) o chefe da mega Igreja Abundant Life, sobre o apoio financeiro que ela vem recebendo de uma das empresas que mais poluem no mundo, se revela como um reflexo alegórico de sua impotência e do silêncio ensurdecedor daqueles que seriam a representação Divina na Terra.

    A profundidade dessas jornadas de realizações é alcançada graças a direção precisa de Schrader e de seu roteiro impecável que nos deixa conjecturando sobre o final muito depois de terminado o filme. E este, será interpretado por cada espectador a depender de seu humor, uma vez que nosso estado de espírito é capaz de iluminar diferentes partes dos objetos observados, garantindo a cada experiência sua particularidade. Sua derrota no Oscar para Green Book na categoria Melhor Roteiro Original foi um dos grandes erros da noite.

    Longe de serem menos importantes são as atuações de Ethan Hawke e Amanda Seyfried que entregam provavelmente as melhores atuações de suas carreiras até o momento, com uma caracterização contida, sem grandiosidades, e que ao mesmo tempo que nos chama para participar da história e nos perdermos entre a ficção e realidade. Cedric the Entretainer surpreende ao sair do lugar comum de seus papeis cômicos e mantém o nível da atuação de seus parceiros de cena.

    Uma fonte de reflexão religiosa, filosófica, ética, cinematográfica e muito mais em uma só obra de arte. Filme que deve ser revisto e apreciado diversas vezes por suas contribuições de grande valor para história do cinema e do pensamento humano.

    [1] (“Aspect Ratio 1.37:1”

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