"O bar da luva dourada", filme alemão sobre um serial killer que atuou em Hamburgo durante a década de 70 é um longa angustiante, nojento e depravado porém consegue transmitir com louvor toda a depressão de uma Alemanha industrial se reerguendo após o fim da segunda guerra mundial, a ambientação de cenário é incrível, uma fotografia cinza e suja, ambientes imundos e maximalistas, elenco de apoio fenomenal, o diretor consegue dar um background a todos os personagens em segundos de tela, mesmo os que não interagem com o plot principal, isso é sensacional e combina com o perfeito uso da trilha com músicas sobre luto mas que anseiam por uma esperança, mas toda essa ambientação ficaria perdida se a historia de Honka - o serial killer - fosse ruim, ainda bem que o enredo principal é muito bem contado, o longa apesar de não apresentar um gore gráfico, choca pela contextualização, com o abuso sexual, psicológico, físico e moral além do aprofundamento da degradação mental de Honka, que é um personagens com lapsos nervosos e uma constante ira contra mulheres, o diretor Fatih Akin tem alguns grandes méritos, como mostrar um psicopata descontrolado, burro, sujo e covarde, muito diferente do que geralmente é mostrado nas grandes produções, a covardia de Honka é explorada em pequenos detalhes, como o constate medo do personagem a figuras masculinas, levantando a voz e sendo durão apenas com mulheres. A atuação do protagonista e de todo elenco de apoio é muito boa, o ator explora bem a fisionomia e se utiliza de uma forte atuação corporal. Nota 8/10.