O que define Greyhound é uma trama curta dividida em mini capítulos, sem profundidade e ação breve. Um roteiro corrido com a necessidade de colocar os contextos por escrito para preencher a história, é uma combinação perfeita para falhar em dar background, criar apego com os personagens pelo mal desenvolvimento e ter um final melancólico para um filme de guerra.
A não ser pelas cenas dos combates navais, perfeitas nos aspectos da técnica cinematográfica, pouco se salva do naufrágio em que se transformou a obra. O roteiro é pífio, com aquele chavão ufanista norte-americano que é comum nos filmes dessa categoria. Tom Hanks, como Comandante do navio-capitânia, está irreconhecível, quase um canastrão com uma cara inexpressiva que serve pra tudo. Nada a ver com o Capitão protagonista do "O Resgate do Soldado Ryan" Para quem entende um pouco de estratégia de combate naval, as soluções de combate apresentadas pelo roteirista Hanks chegam a ser hilárias até para os leigos em estratégia naval. O produtor devia ter contratado um oficial combatente da Marinha para assessorá-lo, e este, em nome da credibilidade, certamente, mandaria Hanks alterar a biografia do Capitão Ernest Krause, interpretado pelo Tom Hanks, tirando dele essa condição de comandante da força-tarefa de 3 destroyers, incumbidos que ficaram de proteger 37 navios mercantes. O homem não tinha experiência alguma nessa função, visto que era essa a sua primeira comissão de comando. Muito inverossímel, porque a Marinha dos EUA jamais entregaria a um oficial tão calouro missão tão perigosa. O filme pode ser interessante para os que, como eu, já navegaram nos contratorpedeiros da classe Fletcher (tivemos 6 ou 7 desses na nossa Marinha), porque poderão reviver o excelente desempenho desse tipo de barco em mar revolto. Já os que nunca tiveram intimidade com navios de guerra, abandonarão o salão do cinema, enjoados da quantidade de tiroteio naval, vez que quase a totalidade da fita é só de combate no mar. Já aqueles que, mesmo sem intimidade com as coisas da Marinha, decidirem ir ao cinema para assistir ao filme de cabo a rabo, conselho de amigo: tomem um Engov antes de ingressarem na sala de projeção.
O Capitão Krause (Hanks), ainda bastante inexperiente, é designado para o comando de um comboio marítimo que atravessará as revoltas águas do oceano Atlântico, rumo ao Reino Unido, poucos meses após os Estados Unidos entrarem na Segunda Guerra Mundial.
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Durante a Segunda Guerra Mundial, os países aliados transportavam suprimentos para as tropas que estavam em combate por meio de comboios de navios que atravessavam o Oceano Atlântico até chegar na Europa. Em um determinado momento da viagem, esses navios ficavam numa posição cega, sem a possibilidade de serem escoltados por aviões; ficando, assim, suscetíveis aos ataques de submarinos alemães. A trama de "Greyhound: Na Mira do Inimigo", filme dirigido por Aaron Schneider, se passa no intervalo de 50h em que um comboio liderado pelo navio que dá nome ao longa fica justamente nesta posição cega.
Não bastasse a situação dos navios ser extremamente delicada, o Capitão Krause (Tom Hanks, autor também do roteiro do filme), Comandante do Greyhound, apesar de ser um Oficial experiente, está no seu primeiro comando de um navio militar. Para poder ser um bom líder e cumprir a sua missão de levar o comboio em segurança até a chegada da nova escolta de aviões, Krause se apega à sua fé e à sua intuição, de forma a poder afastar de si qualquer receio e provar para si mesmo que ele merece estar ali.
"Greyhound: Na Mira do Inimigo" consegue capturar bem a atenção da plateia com uma trama enxuta e, ao mesmo tempo, muito dinâmica. Os obstáculos vão surgindo, Krause vai sendo testado e, a cada novo progresso, você percebe a segurança do Capitão e da tripulação ficar mais forte. Porém, o que eu mais acho interessante em filmes desse tipo é a gente perceber o quanto um evento histórico como a Segunda Guerra Mundial nos proporciona um leque de histórias, sem nunca parecer repetitivo.
"Greyhound: Na Mira do Inimigo" nos apresenta a uma faceta diferente do conflito de uma forma muito satisfatória. O filme está indicado ao Oscar 2021 na categoria de Melhor Som, mas bem que poderia ter conseguido mais indicações. A trilha composta por Blake Neely é excelente e cai muito bem para um filme que tem o propósito de massagear o ego patriótico e heroico dos norte-americanos.
A atuação de Hanks dispensa comentários, é meu ator favorito. Mas o filme é mais um enlatado americano. Típico filme que o americano gosta de assistir, uma autopromoção americana. Mas pra quem gosta, não falta emoção.
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