O título Uma Razão Para Viver, do filme dirigido por Andy Serkis, é muito apropriado para a história que iremos assistir. Baseada em fatos reais, acompanha a vida de Robin Cavendish (Andrew Garfield), que foi diagnosticado com pólio aos 28 anos e, a partir de então, se tornou um defensor dos deficientes, ajudando a desenvolver vários apetrechos que tinham o objetivo de promover a independência daqueles que sofriam com algum tipo de paralisia.
O filme segue uma linha bastante parecida com a de A Teoria de Tudo, filme de James Marsh baseado também na história real de Stephen Hawking, e enfoca a situação vivenciada por Robin através do ponto de vista do relacionamento que ele desenvolve com a sua esposa. Foi Diana (Claire Foy) quem deu a Robin a razão que ele precisava para viver após o fatídico diagnóstico e a constatação de que ele teria, no máximo, três meses de vida: o marido precisava achar forças dentro de si mesmo para poder aprender a conviver com a doença e ver o filho do casal, Jonathan, crescer.
E é assim que iremos acompanhar Robin, na medida em que ele vai, aos poucos, superando todas as expectativas que os médicos tinham sobre ele e desenvolvendo os mecanismos que o ajudarão a ter independência, a não ficar confinado a uma cama e a poder aproveitar a vida ao lado daqueles que ele tanto amava – seus amigos e sua família. O que chama a atenção em Uma Razão Para Viver é que, em nenhum momento, vemos Robin ser tratado com pena pelas pessoas com as quais ele se relacionava. Pelo contrário, todos eles serão os maiores incentivadores para que Robin possa realizar tudo aquilo que mais desejava, dentro das suas limitações.
Uma Razão Para Viver marca a estreia do ator Andy Serkis na direção de um longa-metragem. Embora não estejamos diante de um filme que traga inovações ou algo que seja surpreendente, Serkis acerta muito na maneira como decidiu contar a sua história. O diretor ainda foi muito feliz na escolha de seu elenco, em especial da dupla central. Tanto Andrew Garfield, quanto Claire Foy, estão maravilhosos e possuem uma química que se reflete na maneira amorosa como vemos Robin e Diana em tela. Além disso, Uma Razão Para Viver ainda tem uma parte técnica primorosa, como vista, principalmente, na linda fotografia de Robert Richardson.