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3,8
1613 notas
Você assistiu Psicopata Americano ?
anônimo
Um visitante
4,0
Enviada em 10 de abril de 2019
Uma crítica social direta e sangrenta. A ganância, a vida pelas aparências e os sentimentos anestesiados dos Estados Unidos dos anos 80 em uma sátira afiada e precisa, que dosa bem humor, violência e cinismo - ainda que a cineasta não saiba encerrar o filme. Bale está impressionante. A narração em off que acompanha insistentemente Patrick Bateman (Christian Bale) desde os primeiros minutos de Psicopata Americano podem deixar uma má impressão de início como um artifício batido para exemplificar o que a imagem não consegue falar por si só, mas enquanto o personagem pratica seus exercícios diários e passa os mais caros produtos de beleza em seu corpo e rosto e se vangloria por isso, percebemos que essa opção é carregada de um objetivo maior: explanar o interior de Bateman enquanto carro-chefe de uma narrativa onde nosso protagonista será o rosto mais íntimo durante o longa. É uma pena que o filme se desespere em seus 15 minutos finais, tentando encontrar para si um desfecho satisfatório e que vise agradar gregos e troianos. A tentativa é louvável e não chega a prejudicar gravemente o resultado, mas são fortes momentos de desequilíbrio narrativo e criativo que ficam incomodam. Esses tropeços não diminuem o impacto geral de ''Psycho'', um thriller eficiente em sua reflexão sobre os demônios interiores fomentados por uma sociedade consumista, apoiada na exposição de reflexos que pouco condizem com o nosso verdadeiro eu.
4,0
Enviada em 16 de março de 2015
Desde seu começo o filme tem potencial gigantesco para ser um excelente filme, mas por não ser tão corajoso em sua história e por não se aprofundar em alguns bons conceitos criados, acaba sendo um filme simplesmente bom com momentos ótimos. Mas fica evidente que o filme fez muito para a série "Dexter" que claramente bebeu dessa fonte.

A trilha sonora é muito boa misturando vários estilos musicais, sendo eles cantados ou apenas instrumentais, lembrando trilhas de filmes de Tarantino e Scorsese.

spoiler: Existe uma grande metáfora na história do filme, sendo que na verdade o filme não se trata de uma história de serial-killer, como o nome sugere, ao meu ver todo o filme é uma grande metáfora aos empresários que trabalham em Wall Street. É feito uma relação de como todos eles ganham muito dinheiro sem fazer nada e vivem "matando" uns aos outros para conseguir mais poder.
Tudo isso é mostrado em cenas onde Patrick Bateman (Christian Bale) está em seu escritório sem fazer absolutamente nada e quando todos os companheiros da mesma empresa disputam entre si a todo momento para ver quem é o mais bem sucedido, ou quem consegue a reserva para aquele restaurante exclusivo, ou inclusive para coisas banais como disputar de quem é o melhor cartão de visita. Mas uma coisa é fato, a história te prende do começo ao fim, tanto que em uma certa altura da trama você não sabe direito o que vai acontecer e em uma cena que parece ser a resolução da história, ainda falta 20 minutos para o término do filme. O final não surpreende, mas você fica o esperando com muita ansiedade.

Deixei o melhor para o final, pois definitivamente a interpetração de Crintian Bale é o forte do filme. É imprecionante como bons atores fazem psicopatas tão bem, e Bale não é exceção. Nos momento próximos aos assassinatos ele fica explicando para suas vítimas sobre músicas e seus artistas, e isso é incrível, ao mesmo tempo que ele está distraindo as vítimas parece que ele só consegue suprir essa sua carência de conversar sobre música com pessoas que ele esta prestes a matar.

Psicopata Americano no geral é um filme muito bom, mas o que realmente vale a pena no filme é sua trilha sonora e a interpretação de Cristian Bale, do resto o filme faz um bom "feijão com arroz". Talvez se o filme fosse mais corasojo e entrasse mais a fundo nos podres de Wall Street e problemas de uma cabeça perturbada de um psicopata, o filme seria muito melhor.
4,0
Enviada em 2 de julho de 2016
Conseguir compreender tudo que o filme queria passar... sistema capitalista,consumismo,modismo,inveja e se tudo não passa apenas de um transtorno mental do protagonista. É um filme inovador em relação a demonstração de um psicopata diferenciado, mas de tão perfeita que é a atuação de Christian Bale (Patrick Bateman) que vive o psicopata fútil, você simplesmente fica com raiva do filme. Achei o psicopata infantil, fútil, mas muito fútil mesmo, que chega torna o filme um saco. Você fica sem nenhum interesse de assisti-lo até o final, filme entediante, com uma boa proposta, mas muito mal elaborado.
4,5
Enviada em 30 de março de 2013
Tive que ler um tanto de artigos-resenhas sobre o filme p pegar melhor o todo. Se não fosse atrás, provavelmente comentaria como um filme apenas "bom". Mas é um baita!
Christian Bale atuou muito bem na proposta.
Filme intrigante, que nos leva a inúmeras reflexões sobre a sociedade capitalista. Consequentes depressão, tristeza, psicopatia, etc.
Não venho aqui fazer uma resenha sobre o longa; apenas sugiro o filme a TODAS as pessoas!!!
4,0
Enviada em 6 de setembro de 2016
“Psicopata Americano”, é um filme que tem seu próprio estilo, com uma ótima atuação de Christian Bale, uma trilha sonora perfeita e um roteiro muito bom, o filme agrada, não deixa ninguém de boca aberta, mas pega o que talvez é um dos temas mais manjados do cinema (Psicopatas e vitimas), e faz uma obra original, genuína, com uma violência sarcástica, que dá gosto de ver, na mente do lunático e narcisista ao extremo Patrick Bateman, nós nos deliciamos em sua viagem em busca da perfeição através da loucura, todos seus toques e manias são engraçadas ao mesmo tempo doentia, você começa a odiar Patrick-, mas você quer ver seu desfecho, que por acaso é surpreendentemente esperado.
4,0
Enviada em 27 de março de 2021
É um filme que continua atual e faz duras críticas ainda aos dias de hoje. Christian Bale está sensacional, consegue expor todas as emoções do personagem, do narcisismo a brutalidade. O roteiro também é muito bom e consegue mesclar bem diversos gêneros. Psicopata Americano é um grande filme de uma atuação brilhante, vale muito a pena assistir, muito bom.
4,0
Enviada em 27 de novembro de 2019
O quanto agimos sobe a influência de pessoas ligadas ao trabalho ou ao âmbito social?,ou até onde vai nossa ambição?.Esses são questionamentos viáveis a respeito de como interpretar "American Psycho" um filme que vai além do terror imaginado pelo título.O filme se baseia no livro de mesmo nome lançado em 1991 escrito por Bret Easton Ellis e retrata um homem de Wall Street materialista e obsessivo para ser melhor que seus companheiros que tem um espírito psicopata dentro de si.A direção é da  Mary Harron que tem aqui uma segura direção,ela foca nos detalhes do protagonista que e extremamente minimalista sobre tudo.No roteiro vemos o personagem desenvolvendo essa obsessão aos poucos e é muito bom com direito ao ápice da loucura e um twist no final que é perfeito com base na visão do filme.As atuações aqui são precisas temos os colegas do Patrick todos superficiais(é proposital),temos os interesses amorosos dele e a grande atuação de Christian Bale que passa a loucura e a peculiaridade minimalista do personagem.American Psycho é um filme que vai além do simples horror,se trata de uma camada a respeito dos interesses sociais.
4,0
Enviada em 4 de maio de 2014
Um Filme assustador e uma atuação monstra de Cristian Bale que lhe poderia lhe render pelo menos uma indicação ao óscar,uma pena que não lhe foi dado esse honroso premio!
4,0
Enviada em 10 de janeiro de 2014
Excelente filme. Christian Bale, ainda nos primórdios de sua carreira no cinema nos dá uma amostra de quão grande ator viria a ser.
4,5
Enviada em 9 de outubro de 2024
"Psicopata Americano" (2000), dirigido por Mary Harron e baseado no romance homônimo de Bret Easton Ellis, é um filme que transcende as convenções do gênero de suspense e horror ao explorar a mente de um assassino em série, Patrick Bateman, um jovem profissional de Wall Street nos anos 1980. Embora a premissa inicial sugira um típico filme sobre crimes violentos, a profundidade da obra reside na crítica social subjacente à narrativa, abordando temas como alienação, consumismo e a superficialidade da sociedade contemporânea.

Ambientado em Nova York em 1987, o filme acompanha a vida dupla de Bateman, um homem que durante o dia trabalha como um bem-sucedido investidor e à noite se transforma em um assassino em série sádico. A trama revela de forma perturbadora como ele é capaz de manter sua fachada de cidadão exemplar, navegando por um mundo corporativo obcecado com status, aparência e poder. A narrativa explora o vácuo emocional e a desconexão entre a identidade pública e privada de Bateman, pintando um retrato de uma sociedade onde os valores humanos parecem eclipsados pelo hedonismo e materialismo.

Bateman é um símbolo de um tempo e lugar em que o sucesso é medido exclusivamente pela aparência e pelos bens materiais, e onde a empatia e a moralidade são secundárias, senão inexistentes. Sua compulsão por violência, no entanto, é apresentada de maneira ambígua; as cenas de assassinatos, embora brutalmente gráficas, são muitas vezes carregadas de um humor negro e surreal, sugerindo que sua psicopatia pode ser tanto real quanto uma manifestação das pressões sociais em torno dele.

Patrick Bateman, interpretado de forma brilhante por Christian Bale, é um dos personagens mais fascinantes e complexos do cinema contemporâneo. A performance de Bale destaca o conflito interno de Bateman – um homem aparentemente perfeito por fora, mas totalmente despedaçado por dentro. Bale oscila com precisão entre o controle impassível e o frenesi descontrolado, capturando a essência de um personagem que não apenas comete atos violentos, mas também luta contra a própria falta de identidade.

A dubiedade do personagem é central para o impacto narrativo do filme. Há momentos em que Bateman parece genuinamente perturbado por suas ações, mas em outros, ele parece completamente insensível. Isso levanta questões sobre a autenticidade de sua psicopatia: ele é realmente um assassino, ou suas ações são um reflexo exagerado da pressão para se encaixar em um molde social inatingível? Ao longo do filme, há pistas que indicam que os crimes de Bateman podem ser fruto de sua imaginação – uma metáfora extrema de sua alienação e desumanização em uma sociedade que valoriza apenas o material.

As interações de Bateman com os outros personagens – como sua noiva Evelyn (Reese Witherspoon), sua amante Courtney (Samantha Mathis), e sua secretária Jean (Chloë Sevigny) – são marcadas por uma superficialidade assustadora. Ele mantém um distanciamento emocional que reflete sua desconexão com a realidade. As mulheres ao seu redor, embora visivelmente atraídas por seu status e aparência, são meramente acessórios em sua vida – um reflexo da objetificação presente na cultura de consumo.

O detetive Donald Kimball (Willem Dafoe), que investiga o desaparecimento de um dos colegas de trabalho de Bateman, oferece uma das poucas interações em que Bateman parece momentaneamente vulnerável. Kimball representa a ameaça de desmascarar o “eu” interior de Bateman, mas a investigação nunca chega a uma conclusão satisfatória, deixando o espectador questionando o que é verdade e o que é fantasia. A tensão entre Bateman e Kimball encapsula a luta de Bateman para manter sua fachada intacta.

Desde seu lançamento, Psicopata Americano teve um impacto duradouro na cultura pop, em parte devido à representação de Bateman como uma personificação da ganância e desumanização do capitalismo tardio. O filme satiriza o vazio moral da década de 1980, mas também reverbera nas décadas seguintes, em uma era de crescente desconexão digital e consumismo exacerbado. A busca incessante por status e validação social, muitas vezes retratada de forma irônica através da obsessão de Bateman por grifes e produtos de luxo, ecoa fortemente nas redes sociais e na cultura de influenciadores contemporânea, onde a aparência muitas vezes supera a substância.

Além disso, a ambiguidade moral de Patrick Bateman o tornou um personagem polarizador e controverso. Ele é frequentemente citado como um anti-herói ou mesmo um ícone de certos grupos que, erroneamente, romantizam sua indiferença e narcisismo. No entanto, a verdadeira intenção do filme é expor a perversidade de uma sociedade que cria indivíduos como Bateman – uma sociedade que desumaniza seus membros ao ponto de eles perderem qualquer traço de compaixão ou conexão com o outro.

Embora o filme tenha recebido críticas mistas inicialmente, sua reavaliação ao longo dos anos revelou sua profundidade como uma crítica social envolta em uma narrativa perturbadora e cômica. Críticos contemporâneos agora o consideram um comentário sobre os excessos de Wall Street e o capitalismo desenfreado, mais relevante do que nunca. A sátira contida em Psicopata Americano se manifesta de forma sofisticada, criticando uma sociedade que prioriza o valor monetário acima da ética e da humanidade.

"Psicopata Americano" é muito mais do que um filme de horror ou um thriller psicológico; é uma crítica mordaz à superficialidade e ao hedonismo de uma sociedade obcecada por consumo, poder e imagem. O personagem de Patrick Bateman se tornou icônico não apenas por sua violência, mas pelo que ele representa: a monstruosidade que pode surgir em uma cultura que valoriza o exterior em detrimento do interior. O filme, ao mesmo tempo perturbador e satírico, continua a ressoar nas discussões sobre a alienação moderna, e sua complexidade o torna uma obra aberta a inúmeras interpretações – muitas das quais refletem não só o passado, mas também o presente.
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