Finalmente tive a chance de assistir ao filme Wicked antes da estreia mundial. E essa experiência foi, para mim, um mix de emoções profundas.
Falando sobre o filme, a fotografia é muito realista. No começo, me incomodei um pouco com alguns pontos de luz que estouravam no cenário, mas depois fui percebendo que essa estética trazia uma sensação de realidade. É como se estivéssemos realmente vivendo e registrando momentos na universidade Shiz.
Os efeitos especiais não deixam a desejar. Tudo é muito bem feito e contribui para a imersão na história.
A trilha sonora tem um sabor especial para os fãs de Wicked. Além de serem fiéis às canções originais é possível ouvir na trilha acordes de algumas músicas muito importantes que só vamos ouvir por completo no segundo filme/ato. Meu coração aqueceu quando a Glinda entra no trem e ouvimos os acordes de "Thank Goodness" ("We couldn't be happier..."), ou quando me emocionei com os acordes de "For Good" enquanto elas dão os primeiros passos rumo a uma amizade incrível na dança mais emocionante no Ozdust Ballroom.
A atuação das meninas é grandiosa. Estou ansioso para ver ainda mais do drama de Elphaba no segundo ato/filme. Cynthia Erivo é inabalável e entregou com originalidade uma personagem que já havia sido eternizada por Idina Menzel há muitos anos.
As referências que homenageiam o clássico de 1939 servem um banquete aos fãs. Ver a Bruxa Verde carregando o Leão numa cesta e bicicleta parecidas com as que no original ela levava o Toto foi incrível. Além disso, o balão do Mágico é um elemento de ação muito eficiente e que não seria possível no teatro.
E falando nas originais, elas aparecem sim! Em um momento muito inesperado, que fez o cinema inteiro explodir em gritos dos fãs enlouquecidos.
Fui com as maiores expectativas possíveis e o que vi foi um deslumbre para os olhos, ouvidos e coração. E eu não podia estar mais feliz com o que assisti e espero que esse clássico possa fazer parte da infância, adolescência e vida adulta de tantas outras pessoas.
Minha conexão com Wicked começou em 2007, num episódio de Betty (S02E06), a Feia, quando Betty e Henry tentam assistir ao musical. Em 2013, na minha primeira viagem internacional para Nova York, finalmente vi o musical na Broadway e fiquei encantado. Depois disso, não perdi as duas montagens brasileiras de 2016 e 2023.
Desde que anunciaram que fariam o filme, eu sonhava em viver esse momento com meu amigo Nathan, um dos poucos que compartilhava comigo o amor por musicais. Infelizmente, ele faleceu em 2019. Agora, cinco anos após sua partida, senti como se ele tivesse dado um jeitinho para que eu estivesse nessa sessão especial. Ele sabia o quanto eu adoro experiências exclusivas e, de alguma forma, não me senti sozinho ali. Quando cantávamos juntos, eu fazia a parte da Elphaba e ele sempre de Galinda, "com um Ga-". A sessão foi muito emocionante para mim, cheia de lembranças e sentimentos.
Agora, vendo essa história ganhar vida nas telonas, com todas essas emoções à flor da pele, foi uma experiência inesquecível. Mal posso esperar para que todos possam assistir e mudarem para melhor, assim como eu me senti saindo dessa 5ª experiência de wicked na minha vida.