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    Goosebumps 2 - Halloween Assombrado
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Goosebumps 2 - Halloween Assombrado

    Histórias de assustar

    por Francisco Russo

    Por mais que não seja tão conhecido no Brasil, R.L. Stine é responsável por centenas de livros voltados ao público infanto-juvenil, sempre mesclando aventura com uma certa dose de susto - milimetricamente controlado, é bom ressaltar. Três anos após o lançamento de Goosebumps, a agora franquia retorna aos cinemas disposta não só a trazer elementos implementados no longa original como, é claro, a fórmula básica tão bem trabalhada pelo autor.

    Comparando com o filme original, Halloween Assombrado deixa de lado a engenhosa solução de roteiro que trazia o próprio R.L. Stine como protagonista do longa-metragem, rodeado por suas criações literárias que, num passe de mágica, ganhavam vida. Quer dizer, Jack Black até surge em uma breve (e praticamente inútil) ponta, mas a história é mesmo dos jovens Sonny (Jeremy Ray Taylor), Sam (Caleel Harris) e Sarah (Madison Iseman). São eles que, no melhor estilo E.T. e Os Goonies, precisam enfrentar a situação - com direito a uma cena com o grupo de bicicleta que remete demais ao clássico dirigido por Spielberg. Os adultos são meros coadjuvantes, pouco influenciando na narrativa, com exceção da curta e essencial participação do sr. Chu (Ken Jeong, bem histriônico).

    Diante de tal rearranjo narrativo, esta sequência assume contornos mais tradicionais - e menos ambiciosos - em relação aos Goosebumps, as conhecidas histórias de assustar para menores. Há também um certo didatismo na direção de Ari Sandel, especialmente no excesso de plano/contraplano em toda e qualquer conversa entre as crianças. Já a história se apropria do vilão mais interessante do primeiro filme, o boneco ventríloquo Slappy, para criar um clima meio Brinquedo Assassino - sem violência, mas com uma certa dose de ameaça macabra. Isto em um ambiente absolutamente infantilizado, não só pelos protagonistas escolhidos mas mesmo pelas punições impostas, como puxar a calça e deixar um garoto de samba-canção em plena rua. Há no filme uma boa dose de ingenuidade, que intencionalmente contrapõe este lado assustador proposto pela narrativa, por mais que torne a dinâmica como um todo bem pasteurizada e, por vezes, sem inspiração.

    É neste aspecto que, em certos momentos, Halloween Assombrado provoca uma certa monotonia. Com o trio de atores mirins sem brilho, mas cumprindo sua função de forma correta, cabe a Slappy a atração maior junto ao público, por mais que aqui ele ressurja mais simplório que no primeiro filme - trata-se mais de uma questão de ambição de cada história do que propriamente um problema desta sequência. Por outro lado, os efeitos especiais de Halloween Assombrado são bem melhores que os de Monstros e Arrepios, absolutamente artificiais. Mérito especialmente para a divertida sequência envolvendo os Gummy Bears e ainda a gigantesca aranha formada por balões inflados.

    Disposto a brincar com a tradição em torno do Halloween nos Estados Unidos, o novo Goosebumps chega com a proposta de entreter sem propôr grandes ousadias. Trata-se de um filme honesto, que flerta com aventuras juventis que tanto sucesso já fizeram no cinema ao mesmo tempo que traz rápidas citações visuais a ícones do terror, como A Noiva de Frankenstein e It - A Coisa. Agradável e inofensivo, tem grandes chances de ocupar (com frequência) a Sessão da Tarde muito em breve.

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