Sei, não. Talvez eu seja conservador demais. Mas, desagradam-me alguns filmes que buscam a linguagem do Neorrealismo italiano. Aliás, preciso rever filmes italianos da época. Atuações naturalistas, tom documental, cenas jogadas como se os fatos não tivessem uma lógica consecutiva. Assim é, para mim, PROJETO FLÓRIDA. Incensado como a grande surpresa de 2017, não me capturou como, por exemplo, INDOMÁVEL SONHADORA de 2012. Ali, a história me conquistava desde o início. Crianças, em filmes, são armadilhas boas e assim é com a protagonista de PROJETO FLÓRIDA. Apesar de um elenco muito bem afinado, é dela o filme e é ela que angaria simpatia num filme que tanto promete. Sim, é muito próximo da realidade daqueles que vivem à margem (e que, infelizmente, carregam crianças com eles), mas, só em seu final nos acena com a poesia. Muito flagelo, pouca redenção. Talvez buscando uma sôfrega narrativa, os cortes são tão abruptos que quase nem sobra tempo para torcer por uma menina tão cheia de energia. Irregular.