O experiente Joe Wright faz um filme sólido, histórico e com preceitos bibliográficos, embora que em determinado momento a condução do filme fique perigosa, por sorte, Joe Wright consegue apoiar sua narrativa na ótima atuação de Gary Oldman e uma competente direção técnica. O roteiro conta desde dias antes a Churchill ser nomeado primeiro ministro até momentos antes da retirada dos soldados em durquique, o primeiro ato é muito bom e desenvolve bem o personagem, já o segundo e o terceiro são muito embolados, embora não seja um terceiro de fato, pois vimos só a ponta do iceberg do que Churchill enfrentou para salvar a Inglaterra da ameaça nazista que vinha por dominando o leste europeu, e a conclusão do filme se dá justamente quando a Inglaterra se colocará novamente no conflito, mesmo assim, é algo louvável, pois todos já sabemos a história, mas poucos conhecemos as entrelinhas do início da mesma. Joe Wright parte do pressuposto que todos sabemos dos acontecimentos da segunda guerra mundial e por isso acelera sua narrativa, embola atos e não dá chance ao telespectador piscar. Uma fotografia extremamente escura, uma diversidade na utilização da luz, ângulos abertos, espelhos narrativos e boa trilha sonora fazem parte do quesito técnico do longa, e todos eles são competentes, talvez a montagem deixe a desejar, mas por mais culpa do roteiro do que propriamente dito do montador. Gary Oldman entende seu personagem, e atua, talvez ele não viva seu personagem na essência, ou talvez não notamos isso por culpa de Churchill ser extremamente caricato, mas Oldman com o decorrer do filme acaba por engolilo, e acaba se tornando maior do que a obra de Joe Wright, teremos uma indicação certa ao óscar para Gary Oldman. Por fim, em linhas gerais, podemos dizer que "O destino de uma nação" é um filme médio, mas que pelas atuações, caracterizações e fotografia, acaba ficando um pouco acima da media, mas é provável que não fique nem entre os filmes mais notáveis do primeiro trimestre de 2018.