"A mosca de cabeça branca", de 1959 ganha um remake nas mãos do ótimo e estiloso david cronenberg, longa que tinha tudo para ser mais um filme trash movie, ou pior, ser uma galhofa total, mas a otima direção de Croneberg afasta todos os riscos do filme ser ruim, apesar de um roteiro absurdo, temos um filme estilo, transgressor e que vai deste comedia a suspense passando por uma boa dose de ficção cientifica. Contando a historia de Seth Brundle (Jeff Goldblum), um cientista que consegue achar um meio de se teletransportar,e em meio a seus experimentos ele acaba fundindo seu DNA com uma mosca, e acaba por se transmutando no inseto no decorrer do filme. Esse é o roteiro que Croneberg pega na mão e o cagarra, e faz do trash, um cult. O ritmo da película é completamente linear, apesar do filme ser extremamente curto, ele é bem resolvido naquilo que pretende contar, mas tem um problema, fora pouco desenvolver os personagens, inúmeras tramas secundarias são criadas, e nenhuma delas é resolvida. o filme pincela tratar de uma moral sobre o ego humano e a busca por realização profissional mas acaba tratando sobre amor, que o mesmo vigora independentemente da aparência física, mas não é nada que já não tenhamos visto em outros 500 filmes diferentes, o que nós não vimos em outros 500 filmes é a sua direção de arte, que é maravilhosa, com grande e salve destaque a mosca que é apavorantemente realista em todas as suas fases, trabalho espetacular, todo o lado hi tech do filme, que embora seja clichê pra época, é muito bem trabalhado, e sua fotografia cinza não nos deixa mentir que estamos vendo um filme dos anos 80. Tal como jack nicholson já parecia um louco deste a primeira cena de "O iluminado", Jeff Goldblum já parece um ser estranho deste a primeira cena do filme, isso não é ruim, sua atuação é boa, e o mesmo cumpre seu papel, a carga dramática fica mais para Geena Davis, e a mesma consegue segurar e desenvolver essa carga, não de modo brilhante, mas de modo competente. "A mosca" não entrará na lista de melhores filmes, mas seu arrojamento e transgressão são notorios, e o trabalho de David Croneberg sempre será lembrado.