Hush : A Morte Ouve
A premissa é simples e grossa:
Uma jovem escritora portadora de deficiência auditiva e muda, é aterrorizada em sua residência por um psicopata que resolve torturá-la psicologicamente antes de matá-la.
O que eu posso dizer é que Maddie é foda! Ela não é a tipica personagem feminina de filme de terror, burro, muito pelo contrario. Vivida competentemente por Kate Siegel (que também fez o aclamado terror Oculus), a nossa aspirante a escritora de suspense perdeu a audição quando criança por conta de uma meningite. Aliás, segundo ela mesma, os únicos sons que escuta são vozes inquietas na sua cabeça. A sua casa tem um sistema ensurdecedor de alarme no qual o som é o que menos importa, mas sim, a vibração que o mesmo emite, quando acionado.
Em contrapartida, temos o psicopata interpretado por John Gallagher Jr (que também fez o incrível filme Rua Cloverfield, 10). O sádico mascarado chega do nada, empunhando sua besta e tocando o terror na vizinhança (que por sinal é bem pequena). A ideia é boa, por uma simples pergunta, "O que você faria se nem ao menos pode-se gritar e nem ouvir?" Dirigido por Mike Flanagan (Oculus), o terror nos submerge em ótimos momentos de tensão, pelo simples fato de o telespectador entrar em desespero pela a protagonista, que não pode ouvir NADA. Com isso Hush, constrói muito mais suspense, ao invés de tentar te dar sustos com sons altos, pois claro, a protagonista é surda. Os momentos de quietude, são dilacerantes e causam uma tensão que parece interminável.
E neste você realmente se importa com eles. Não só com a protagonista, mas com os demais que, por incrível que pareça, não servem apenas pra morrer.
Apesar de curto, o filme se mostra uma grata surpresa com seu ritmo fluido e tenso do início ao fim. É interessante concluir que Hush é tão competente em sua proposta que nem parece uma produção da Blumhouse.
Como sempre digo, roteiro simples na mão de bons diretores e profissionais, sempre sera uma grata surpresa.