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    O Poder e o Impossível
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    3,1
    48 notas
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    8 Críticas do usuário

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    João Carlos Correia
    João Carlos Correia

    17 seguidores 60 críticas Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 3 de janeiro de 2018
    Verdade seja dita: o bicho-homem sempre se sentiu desconfortável em meio à natureza. Sempre teve dificuldades em interagir em um local ermo e o clima e os animais que vivem lá. As cidades que vemos atualmente, principalmente as grandes metrópoles tais como São Paulo, Nova York, Moscou, Xangai, Tóquio, entre outras, são a prova disso. É uma tentativa do ser humano de submeter a natureza à sua vontade por meio de concreto, aço e vidro.

    Porém, mesmo em megalópoles, a natureza mostra quem realmente manda. Para quem não acredita, basta ver, por exemplo, as chuvas torrenciais que todos anos caem em São Paulo, na época do verão, causando inundações que os governos locais não conseguem conter por mais obras públicas que realizem (e, em todas as eleições, aparece um político demagogo e coxinha prometendo "acelerar" a solução do problema).

    O bicho-homem não consegue entender que a mãe natureza, na verdade, está a enviar um recado: "Conviva em harmonia comigo ao invés de lutar contra mim". Mas o orgulho humano é grande demais...

    Eric LeMarque (Josh Harnett, da série Penny Dreadful) é um ex-jogador de hóquei no gelo, que deixou esse esporte e tornou-se um praticante de snowboard (uma espécie de "surf na neve"), vive sempre no limite e é viciado em drogas (principalmente em metanfetamina, também conhecida como "cristal" e que, segundo o Dr. Drauzio Varella, tem ocupado o lugar da heroína na Europa). O seu estilo de vida fez com que sofresse um acidente de automóvel e fosse preso. Sua mãe, Susan (Mira Sorvino, de Romy e Michele), deu-lhe uma última oportunidade de se redimir com ela: deve ficar limpo das drogas e comparecer ao tribunal para o julgamento do acidente.

    Eric vai passar um fim-de-semana em uma cabana nas montanhas para descansar e refletir. Depois de acordar, decide praticar um pouco de snowboard e, no caminho conhece a guarda florestal Sarah (Sarah Dumont, de Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi). Durante sua descida pela montanha, Eric é surpreendido por uma grande nevasca, perde-se e inicia uma desesperada luta pela sobrevivência.

    As artes sempre retrataram o embate homem x natureza. Na literatura, o exemplo mais famoso é o do clássico Robinson Crusoé, escrito pelo inglês Daniel Defoe (1660-1731), no qual nos é contada a história do personagem-título que sofreu um naufrágio, ficou muitos anos perdido, lutou para adaptar-se à sua nova situação sozinho até encontrar o indígena Sexta-Feira e, por fim, voltar ao seu lar. O livro fez um sucesso enorme e teve várias adaptações para o cinema, em filmes e desenhos animados, sendo que uma das mais recentes foi em 1997, estrelada pelo irlandês Pierce Brosnan (franquia James Bond 007). O romance de Defoe também inspirou o grande sucesso Náufrago, lançado em 2000, estrelado por Tom Hanks (Forrest Gump) e com direção de Robert Zemeckis (A Travessia).

    Outro exemplo recente de filme desse embate é 127 Horas (2010), de Danny Boyle (Trainspotting), com James Franco (franquia Homem-Aranha) à frente do elenco e indicado para três Globos de Ouro e seis Oscars. O filme é baseado na autobiografia do alpinista Aron Ralston que, durante uma prática de alpinismo, ficou preso em uma rocha e foi obrigado a cometer atos extremos, o que incluía a automutilação.

    É com premissa semelhante à dos filmes acima citados que O Poder e O Impossível se apresenta ao público. O filme é também baseado em uma autobiografia, a de Eric LeMarque (escrita com a colaboração do jornalista Davin Seay), um ex-atleta olímpico (jogou na seleção de hóquei no gelo da França nos Jogos Olímpicos de Inverno de 1994) com uma infância difícil, que incluía um pai extremamente exigente (Jason Cottle, de Ato de Valor) que abandonou a família quando Eric ainda era criança.

    A premissa não parece manjada, ela é manjada: jovem perde o rumo na vida e se afunda nas drogas. E quando, logo no início do filme, aparece uma citação da Epístola de Paulo aos Romanos, começa-se a pensar de se tratar de um filme evangélico, aliado por uma cena de leitura da Bíblia Sagrada por Susan, em outra cena na qual aparece um Eric revoltado pedindo explicações a Deus ("O que quer de mim?") e reforçado pelo título em português, mas acaba por sair pela tangente.

    O diretor e ex-dublê Scott Waugh (Need For Speed - O Filme) aproveitou sua experiência em substituir atores nas tomadas mais perigosas e fez boas cenas de snowboarding, mas, no geral, seu trabalho na direção do filme é bastante convencional. Não compromete, mas também não mostra nada que já não tenha sido mostrado antes, até mesmo nas surpresas.

    A fotografia de Michael Svitak também vai pela trilha do convencional com paisagens bonitas, mas banais e peca em algumas cenas por ser muito escura.

    O elenco coadjuvante também foi contaminado por esse "vírus" do convencional. Jason Cottle está apenas adequado ao papel de pai tirano que exige tudo e algo mais do filho; enquanto Sarah Dumont está bonita, mas apagada, com presença meramente discreta.

    O que salva o filme do total convencionalismo são as atuações do elenco principal.

    Mira Sorvino é um nome consagrado desde a conquista do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, em 1995, por Poderosa Afrodite e confirma as perspectivas com uma boa atuação no papel de Susan LeMarque: uma mãe amorosa e sensível. Mira não precisa apelar para qualquer tipo de pieguice e apresenta uma performance honesta e sincera. O que ás vezes fica difícil de engolir é que ela seja a mãe de Josh Harnett no filme, pois a diferença de idade entre ambos é de apenas 11 anos.

    Assim como Mira, Josh Harnett tem uma performance honesta e sincera. E graças a essa atuação, somada ao carisma de seu intérprete, é difícil não simpatizar com Eric, mesmo sendo alguém de vida tão turbulenta e com atitudes por vezes questionáveis. Há três cenas de Josh que, para mim, se destacam: ao ter uma miragem (sim, também há miragens em climas frios), o desespero de Eric em recuperar o "cristal" quando caiu no lago, e ao comer sua própria carne congelada. Em todas essas cenas, assim como no restante do filme, atuou sempre de modo crível, mostrando muita competência.

    É preciso dizer uma coisa sobre Josh Harnett: ele poderia ter sido um superastro de Hollywood, e sua carreira caminhava nessa direção com sucessos como Pearl Harbour e Falcão Negro em Perigo. Não quis. Preferiu ser mais ator e menos astro dedicando-se ao teatro (trabalhou em uma adaptação do filme Rain Man, de 1988, no papel de Charlie Babbitt, feito originalmente por Tom Cruise) e ao cinema independente, seja na atuação ou na produção (aliás, O Poder e O Impossível é uma produção independente com Josh como um dos produtores). E, sabem de uma coisa? Ele acertou.

    Quem já leu minhas críticas anteriores sabem o que penso dos títulos nacionais dados aos filmes estrangeiros. Está certo que o título original pode não ser muito atrativo (6 Below: Miracle On The Mountain, em uma tradução livre, significa 6 Abaixo de Zero: Milagre na Montanha), mas o título brasileiro consegue ser ainda pior!

    Apesar de seu convencionalismo - salvo por Josh e Mira - O Poder e O Impossível cumpre seu objetivo em contar a experiência de Eric LeMarque (que aparece no final com as sequelas dessa mesma experiência), e é um tipo de filme que agrada ao público brasileiro com sua história de luta pela sobrevivência, superação e redenção após passar por grandes sofrimentos (uma característica que tem em comum com 127 Horas). A platéia irá, de uma forma geral, sair satisfeita das salas de cinema, mesmo que esta película não seja uma obra-prima.
    cinetenisverde
    cinetenisverde

    28.125 seguidores 1.122 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 9 de dezembro de 2017
    Este é um filme de sobrevivência baseado em história real? Mais ou menos. Eu diria que é mais um filme sobre amadurecimento. O ser humano em situações extremas pode se render ou bater mais forte. E o ex-jogador de hóquei Eric LeMarque tinha motivos de sobra para se render, mas por algum motivo seus motivos para bater mais forte duraram mais tempo. Tendo como estrutura algo próximo a 127 Horas (Danny Boyle, 2010), há flashbacks que aos poucos vão abrindo a história para o espectador. Pai abusivo, treinador incisivo. A infância e adolescência de LeMarque foram marcados pela síndrome do vencedor. Ele foi educado pelo pai para vencer sempre e pelo treinador para entender que o esporte que ele joga é coletivo, não individualista. Seu vício em drogas então é automaticamente entendido, e sua eventual queda. E cá estamos na neve. Ele está em recuperação isolado em uma cabana, mas é um completo idiota no que diz respeito à sobrevivência na neve. Ele comeria neve e ficaria desidratado. Fazendo snow boarding durante esses dias, pega um tempo ruim e vai pelo caminho errado. E o resto é o filme e LeMarque tentando sobreviver, entendendo suas decisões do passado para poder assimilar qual será sua decisão no presente: se render ou bater mais forte? O diretor Scott Waugh dá ao ator Josh Hartnett todas as oportunidades para demonstrar sua dor extrema em condições extremas. E ele consegue com louvor. Muito melhor que James Franco no filme de Danny Boyle. Josh não faz a criatura empática, mas por ser humano o espectador entende. Ele se sente nessa situação, sente que também sobreviveria e o espetáculo está pronto. Mas olhe o que Waugh faz em um determinado plano, super-detalhe, do rosto de LeMarque deitado: seus pelos no meio da cara congelada lembram pinheiros daquela paisagem na neve. O homem, próximo do final, está fundido com a natureza que o derrotou. Não esperaria ver esse quadro neste filme. Ele não é surpreendente, mas é muito bem feitinho.

    cinetenisverde.com.br
    Alexandre S
    Alexandre S

    81 seguidores 150 críticas Seguir usuário

    3,0
    Enviada em 23 de dezembro de 2017
    Só mais um exemplo de jovens atetlas que param suas carreiras subitamente e não são preparados para um novo futuro sem toda a adrenalina e dopamina e vão acabar buscando nos estimulantes sua adrenalina, euforia e status e acabam por se destruir. Neste filme o jovem aprende a lição de sua segunda chance.
    Rodrigo Gomes
    Rodrigo Gomes

    5.639 seguidores 857 críticas Seguir usuário

    2,0
    Enviada em 17 de dezembro de 2017
    Uma boa história, mas nada de mais. Já vimos algo melhor em "127 Horas" que se apresentou pioneiro na época, além da solidez do roteiro. É um filme no estilo sessão da tarde.
    Francisco F.
    Francisco F.

    110 seguidores 180 críticas Seguir usuário

    3,0
    Enviada em 11 de agosto de 2021
    Um bom filme baseado em fatos reais. Mas, também monótono às vezes. Assista apenas bem concentrado. Nem todos vão gostar.
    Luiz Antônio N.
    Luiz Antônio N.

    29.146 seguidores 1.298 críticas Seguir usuário

    3,0
    Enviada em 17 de novembro de 2017
    Isolado em uma estação de esqui, o ex-jogador de hóquei Eric LeMarque é pego de surpresa por uma tempestade de neve. Sozinho e sem comunicação, ele embarca em uma jornada de auto-conhecimento e fé enquanto luta para sobreviver.

    baseado numa bonita história real de quê Milagres realmente acontecem pois esse sobreviveu por pouco🌟🌟🌟
    MichaellMachado
    MichaellMachado

    1.022 seguidores 481 críticas Seguir usuário

    3,0
    Enviada em 2 de abril de 2018
    Um filme mal aproveitado. A enfase exacerbada na mensagem, prejudicou o desenvolvimento da trama. Ao contrário do filme 127 horas, de Danny Boyle, que focou mais no sofrimento agonizante do protagonista, "O PODER E O IMPOSSÍVEL", focou na mensagem central, cujo dilema, é o valor da vida. Se a trama apresenta-se uma narrativa mais congruente e foca-se mais no detrimento do personagem em relação ao tempo de sofrimento, pois pareceu muito forte, um homem que ficou 8 dias perdido numa montanha, sofrendo de fome, sede e muito frio. seria um ótimo filme se apresenta-se melhor esses elementos. Entretanto, como já mencionei, o filme não é de todo ruim, deixa uma bela mensagem, ao contar a história real do sobrevivente Eric LeMarque.
    Carlos Eduardo Herrera
    Carlos Eduardo Herrera

    5 seguidores 74 críticas Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 22 de abril de 2020
    Bem meia boca o filme esperava mais não tem nenhuma emoção achei até parado o filme o personagem só fico mancando e arrancando ferida o filme todo nada demais e sempre mostrando como uma família desestruturada reflete na vida adulta buscando nas drogas um refúgio sem fim
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