O ótimo diretor grego Yorgos Lanthimos volta aos holofotes após estrear seu novo filme, "O Sacrifício do Cervo Sagrado", e depois de espetaculares filmes como "Dente Canino" e "O Lagosta" a expectativa para o novo longa do grego era altíssima, e de certa forma é decepcionante, ao mesmo tempo não é, comparado aos seus últimos trabalho "O Sacrifício do Cervo Sagrado" é inferior, mas comparado aos outros filmes que estrearam ultimamente em geral, o filme é fenomenal. Um filme que prima pelo suspense psicológico, como em todos os outros filmes do diretor, temos uma historia maluca a onde somos arremessados de cabeça no meio dela sem entender absolutamente nada, e assim fica até o terceiro ato, a onde finalmente é explicado de forma mais clara ao telespectador o que esta acontecendo, o roteiro em si é simples, é um roteiro original e criativo, mas simples, uma historia de vingança clássica, os grandes méritos de "O Sacrifício do Cervo Sagrado" é sua direção, é a capacidade de fazer o telespectador ficar vidrado na cadeira sem nem fazer ideia do que está por vir. O roteiro é linear, bem explicado, e cheio de pré definições, ao mesmo tempo, é completamente confuso e simbólico, pois tudo é muito sutil ao mesmo tempo é muito estrondoso, é um filme de dualidades, inclusive nas criticas, a onde todos se dividem entre ama-lo e odiá-lo, eu prefiro amar. O longa é absurdamente bem dirigido, cena por cena, Yorgos Lanthimos soube como alongar sua historia, sem deixar a mesma chata ou sem ritmo. Com uma câmera sem tripe no melhor estilo Lars Von Trier, e um enquadramento de cena que se utiliza sempre de zoom, mesmo sendo brega, no contexto do longa fica legal, uma ótima edição e principalmente, uma trilha sonora magnifica que participa no roteiro do filme, pois cria o climax e faz o telespectador ficar mais confuso e afoito para o decorrer da historia, alem das canções instrumentais serem ótimas, algumas me fizeram apertar a cadeira tamanha tensão gerada. Colin Farrell está ótimo, o ator sabe se utilizar de uma interpretação extremamente teatral, exatamente como os longa de Yorgos pedem, alem disso, Nicole Kidman transita por uma montanha russa, as vezes a atriz parece não entender seu papel, as vezes a atriz da exatamente o tom que esperamos em cena, o grande destaque aqui fica para Barry Keoghan, o jovem ator irlandês que tal como Nicole, as vezes desvirtua de seu papel, mas quando o ator é exigido, o mesmo dá show de atuações, alem de ser consideravelmente assustador. Por fim, "O Sacrifício do Cervo Sagrado" é o melhor filme que vi no cinema esse ano, apesar de não ser perfeito,como por exemplo, não gosto quando é verbalizado o climax do filme e acho que algumas cenas deveriam ter mais peso dramatico, mas mesmo assim, o filme me encantou, e me fez lembrar como é bom ver um suspense de qualidade no cinema.