Como sabemos que um ator é bom? Quando vamos do amor ao ódio a cada personagem que interpreta. O Brasil e talvez o mundo perdeu uma grande estrela nesta carreira quando Domingos Montagner faleceu na linda paisagem do Rio Chico. Ele que conquistou corações sendo um homem do bem interpretando Santo na novela VELHO CHICO e que deve ter ganho asco por esta atuação sobre um homem incontrolável em seus sentimentos machistas. Ele brilha como sempre e Montagner (que tinha em sua carreia 5 filmes) que além de saber atuar, parecia ser uma ótima pessoa, meus sentimentos à família ............................................................. Aqui Montagner é Raul, um pai de duas filhas e loucamente apaixonado por sua mulher (que mesmo depois de anos casados, tem um T por sua patroa que vou lhe falar). A mulher se chama Graça (bem interpretada por Naura Schneider e que demonstra boa forma física aos 46 anos, aiaiuiui..... Ela que com este, faz seu segundo filme), ela é bem sucedida, de opinião e também é louca por seu maridón. Um romance ardente que envolve este casal até que segredos, mentiras e ciúmes ameaçam todo este conto de fadas. Nesta obra do diretor estreante nas telonas (mas não na televisão), Marcos Schechtman e com roteiro de José Carvalho, a arte imita a vida e relata de uma forma dura, mas superficial (na minha opinião), a violência que as mulheres sofrem nas mãos de idiotas como Raul. NUNCA se deve levantar a mão a uma mulher, independente da idade (a não ser que ela seja uma assassina profissional contratada para te matar, ai muda as coisas.....). A trama se desenrola bem, mostrando todo o amor, paixão, nos levando para as dúvidas e depois para a depressão resultante dos atos seguintes. Misturando passado e presente, Schechtman consegue mesclar o espaço-tempo sem confundir a mente humana e ainda consegue desenvolver um suspense bem satisfatório, que, com a Trilha Sonora, ganha mais forças! Filmasso então? Depende.....para uns pode ser, já para mim, no meio para o final, quando se cria o suspense, eu o faria de outra maneira e não tão mastigado assim. Eu deixaria a situação ser criada pela mente dos espectadores a partir dos relatos e não as mostrava, pois toda a grande dúvida que se poderia ter, acaba por não se ter. Confesso que ambas as apresentações da ocasião, deixam uma leve questão sobre a veracidade do que é mostrado, mas conforme o "barco navega", já deixa de existir. E também existe aquele "pecado mortal": o de se situar em um território e falar como se estivesse em outro..... Minha opinião é que é bom, podendo ter explorado mais essa "fúria da paixão machista" de Raul. Arrisco em dizer que temos uma certa pequena homenagem ao clássico O ILUMINADO (1980). O script cria situações para facilitar o andamento do enredo e assim, pode parecer meio forçado (e eu nunca vi um julgamento ser resolvido tão rápido nas telonas.....). Em geral, como eu disse, é bom! E só por ter Montagner, já vale a pena e guardar em nossos corações este ser que encantou pessoas com sua interpretação...