X-MEN: FÊNIX NEGRA (Dark Phoenix)
Último filme dessa saga iniciada lá no início dos anos 2000, sendo que de lá pra cá tivemos 12 títulos da série dos mutantes da Fox nos cinemas. O primeiro filme dos X-Men marcou muito a minha adolescência, e mesmo sem ter o conhecimento dos quadrinhos com sua histórias, eu passei a acompanhar os desenhos (que passava nas manhãs da Globo, ou era do SBT, não me lembro) e os filmes. Tivemos X-Men: O Filme (2000), X-Men 2 (2003) e X-Men 3: O Confronto Final (2006), chegando ao final dessa primeira trilogia da série. A partir da década de 2010 tivemos X-Men: Primeira Classe (2011), X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (2014), X-Men: Apocalipse (2016), pra finalmente chegarmos naquele que será o último filme desse magnífico universo dos mutantes do cinema.
Eu diria que os três primeiros filmes são icônicos, são muito bons e eu gostei demais (talvez o 3 tenha deixado um pouquinho a desejar). Trouxeram nomes como Hugh Jackman, Halle Berry, Famke Janssen, James Marsden, Anna Paquin e os monstros Patrick Stewart e Sr. Ian McKellen. Quando decidiram seguir em uma nova franquia/trilogia, os filmes passaram a ser bons, ruins e péssimos. 'Primeira Classe' e 'Dias de um Futuro Esquecido' são muito bons, 'Apocalipse' já é ruim, e 'Fênix Negra' é simplesmente péssimo.
O britânico Simon Kinberg sempre esteve envolvido no universo dos mutantes desde 2006, quando participou do roteiro de 'X-Men 3'. A partir do 'Primeira Classe' até 'Fênix Negra' ele sempre esteve envolvido com produções e roteiros, sendo que 'X-Men: Fênix Negra' é o primeiro da franquia que ele atua como diretor e roteirista, além de também estar presente na produção.
Simon Kinberg estreia como diretor em 'Fênix Negra', e eu vou ser bem sincero: ele foi muito mal, na verdade foi péssimo. Com uma direção pobre, carente de imersão, onde tudo se passava muito rápido e se mostrava mais como um monte de colagens de cenas e cortes abruptos. Nas partes das poucas lutas que tivemos ele também escorrega na direção, com um posicionamento de câmeras horrível, onde não conseguíamos acompanhar os embates. Muito por conta de ora mostrar uma luta, ora mostrar outra coisa, de repente voltamos para a cena da luta, e ficamos assim sendo jogados pra lá e pra cá, com um monte de cortes repentinos e várias colagens de cenas uma sobre a outra - HORRÍVEL!
O roteiro é outro ponto em questão, que chega a doer na alma de tão ruim que é. Completamente mal feito, mal pensado, mal trabalhado. Um roteiro incoerente, pífio, sem pé e sem cabeça, que tentou focar na história da vida da Jean Grey (Sophie Turner), porém de uma forma muita vaga e vazia, totalmente sem imersão. A forma que o roteiro nos mostra a maneira que ela entrou em contato com aquela "poderosa força cósmica" obtendo os poderes da "Fênix", até que ok (até porque eu não conheço a verdadeira história dos quadrinhos). Mais a partir dai o roteiro cai em uma descida sem fim, sendo que o seguimento que eles tomaram na história com a Jean Grey não me agradou, sem falar na parte que decidiram incluir uma certa vilã com sua trupe pra disputar com os X-Men e a própria Jean - essa parte é pra você arrancar os olhos de raiva de tamanha babaquice em tela. Também tem as partes que o roteiro quer de alguma forma nos comprar com suas frases de efeitos disparadas ora pela protagonista, ora pela vilã. Na medida que claramente observarmos que Simon Kinberg também quis dar sua pitada do empoderamento feminino no ano de 2019 (como a "Capitã Marvel" entre outros). Como na cena que a Mística (Jennifer Lawrence) discute o nome do título 'X-Men' com o Professor Xavier (James McAvoy), além é claro, dos principais portes em cenas serem da Jennifer Lawrence, da Sophie Turner e da Jessica Chastain. Mas por outro lado ele desmerece completamente o poder feminino com a cena em que a Tempestade (Alexandra Shipp) é completamente diminuída pelo Professor Xavier - então meu amigo se decida, porque assim fica difícil!
Agora o que falar do elenco de 'Fênix Negra' - quantos ótimos atores e ótimas atrizes foram desperdiçados nesse filme!
James McAvoy é um belíssimo ator (como todos nós sabemos) e aqui até que ele se esforça, mas definitivamente a sua atuação ficou apenas na mesmice do que já vimos anteriormente. Michael Fassbender (ator que eu sou muito fã) está limitadíssimo, é de longe a sua pior apresentação como Magneto, caricato demais. Sem falar que as suas motivações e as suas decisões que o levou a querer lutar de um lado e depois do outro, bem, eu não vou nem comentar - outro erro grotesco desse péssimo roteiro. É difícil falar sobre grandes atores como McAvoy e Fassbender quando estão em um filme tão grotesco como esse; Difícil apontar o que não deu certo, se foram as suas inspirações em suas atuações, ou o que eu realmente acredito - que é a forma como o roteiro os encaixou.
Jennifer Lawrence (atriz que eu amo de paixão) acho que já deu pra sua personagem Mística. Em até certo ponto eu achava ela muito boa como a Mística e ela entregava uma ótima atuação na personagem (como em 'Dias de um Futuro Esquecido', onde ela está completamente perfeita). Porém aqui vemos uma apresentação que parecia estar sendo feita no sacrifício, sem motivação alguma e bem mediana - é uma pena. Sophie Turner é a grande estrela da vez, sua personagem dá nome ao título do filme. Porém na minha opinião ela não esteve bem, achei sua atuação forçada demais, inexpressiva demais, que só ficava nas caras e bocas tentando mostrar uma personalidade durona e até cruel, mas à mim não me convenceu, muitas das vezes até soava cansativa.
Jessica Chastain (atriz que eu gosto bastante de filmes como "Interestelar" e "Perdido em Marte") faz uma vilã horrível, limitadíssima, totalmente perdida em cena, uma apresentação pra riscar do seu currículo. Jessica entrega uma atuação horrenda (deve ser a pior da carreira dela, não é possível), onde ela queria se mostrar uma vilã 'fodona', mas que no final ficou péssimo, muito por conta da sua forma vazia e inexpressiva de se portar em cena, totalmente enfadonha. Jessica Chastain colocou no automático, pisou no acelerador, tirou as mãos do volante e deixou ir embora.
O resto do elenco estava bem abaixo do que esperávamos! Como Nicholas Hoult que entregou um Fera bem mediano. Tye Sheridan é outro completamente perdido em cena com seu Ciclope. Outro personagem bem esquecível, que não agregou em nada na trama, só pra dizer que tinha um Ciclope nesse filme dos X-Men. Alexandra Shipp traz a pior Tempestade que eu já vi em um filme dos X-Men. Coitada, está muito claro que a culpa não é dela, até pela posição que ela é colocada no roteiro. Evan Peters tem bastante potencial com seu Mercúrio, mas só podemos acompanhá-lo ao início do filme, porque depois ele é simplesmente esquecido pelo roteiro. Kodi Smit-McPhee é possivelmente o único que faz uma apresentação até agradável na pele do Noturno.
Em questões técnicas o filme traz uns efeitos especiais até limitado em relação aos filmes anteriores da franquia (principalmente na Mística, que me pareceu digitalizado demais). A trilha sonora é bem monótona, e nas partes de ação chega a cansar os nossos ouvidos com aquele som sempre repetitivo. Eu estou completamente embasbaco até agora em acreditar que esta trilha sonora foi composta pelo mestre/gênio Hans Zimmer - mas enfim né!
X-Men: Fênix Negra ficará marcado como o filme que deu números finais à esta franquia tão amada e tão idolatrada (desde os fãs mais ferrenhos, até os mais casuais). Mas também ficará marcado pelo trágico final, pela maneira horrenda como se deu em seu último capítulo, pelo triste final com a apresentação desse filme. Sem dúvidas é uma saga que todos nós aprendemos a amar ao longo de todos esses anos (assim como as produções do MCU e da DC), que obrigatoriamente precisaria de um final melhor, que pudéssemos guardar na memória como um grande/épico filme de fechamento dos X-Men nos cinemas. Porém infelizmente isso definitivamente não aconteceu. [05/05/2020]