OITO MULHERES E UM SEGREDO (Ocean's 8
O original Onze Homens e um Segredo foi lançado em 1960, dirigido por Lewis Milestone e protagonizado por Frank Sinatra (como Danny Ocean). 40 anos depois, Steven Soderbergh traz sua refilmagem com uma trilogia que se passa por Onze Homens e um Segredo (2001), Doze Homens e Outro Segredo (2004) e Treze Homens e um Novo Segredo (2007), todos protagonizados por George Clooney (como Danny Ocean), além de estrelas como Brad Pitt, Julia Roberts, Matt Damon e Catherine Zeta-Jones.
11 anos depois, chega a hora do novo spin-off da trilogia, ou a versão feminina de Onze Homens e Um Segredo. O diretor que esteve mais familiarizado em trabalhar com mulheres no primeiro "Jogos Vorazes", Gary Ross, está na direção juntamente com Olivia Milch nos roteiros, além da produção de Steven Soderbergh e a participação de George Clayton Johnson, criador dos personagens originais.
Em tempos atuais do empoderamento feminino e da guerra travada pelas mulheres pela sua igualdade e seu reconhecimento, principalmente na industria hollywoodiana, chega Oito Mulheres e um Segredo. Um longa estrelado somente por mulheres, sem as participações masculinas nos papeis principais, que traz um elenco recheadíssimo de belas, talentosas e lindas atrizes como Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter, Sarah Paulson, Mindy Kaling, Awkwafina, Rihanna e Dakota Fanning.
Assim como na trilogia de Soderbergh, aqui o alvo principal é um roubo de um colar estimado no valor de míseros 150 milhões de dólares. A história se passa pela cabeça da equipe, Debbie Ocean (Bullock), a irmã de Danny Ocean, que está recentemente liberta da prisão depois de 5 anos. Sua equipe conta com uma antiga parceira no crime, Lou (Blanchett), uma designer de moda totalmente endividada, Rose Weil (Bonham Carter), uma especialista em diamantes, Amita (Mindy Kaling), uma bela hacker, Nine Ball (Rihanna), uma ladra especializada, Constance (Awkwafina), uma estrategista, mãe suburbana e ex-parceira de crime de Debbie, Tammy (Paulson) e uma celebridade e alvo do assalto, a atriz Daphne Kluger (Hathaway).
Mesmo com um roteiro batido e clichê, e você praticamente já sabendo qual será o final, Ocean's 8 surpreende em nos entregar um longa que te prende de todas as formas em suas quase 2h. Você não consegue se desgrudar da tela ao longo de cada cena, desde a libertação de Debbie, até passar pela formação da equipe, chegando no ato final (o roubo). O filme é muito bom, bem dirigido, bem arquitetado, principalmente na cena do roubo, que me impressionou a forma como tudo foi planejado e colocado em prática (assim como na trilogia de Soderbergh), e digo mais, o roubo vai muito além do colar de 150 milhões, é isso que deixa o filme ainda mais convincente e gostoso de se acompanhar.
Gary Ross entrega um filme bem projetado, com uma direção plausível, com um roteiro até redondinho, com um elenco carismático, o que é muito importante para a imersão e a empatia do espectador. E nisso ele se mostra muito competente, ao criar um clima perfeito para o desenrolar de sua trama, dando os espaços necessários para cada uma se desenvolver e se apresentar ao grupo (por mais que você possa achar corrido no filme), sem perder a essência, por mais que a sua história já não seja algo inovador. A fotografia é muito bem destacada, salta aos nossos olhos e somos completamente maravilhados com a beleza de cores vivas, com jóias, colares, vestidos exuberantes, adereços, cenários (destaque para a cena do jantar que antecede o roubo). A trilha sonora é bem modesta para um filme nessa temática, não se destaca, porém não chega a comprometer.
Sandra Bullock é o cérebro arquitetônico por trás de todo plano projetado, além de irmã de Danny Ocean, ela está agindo praticamente em família e buscando uma vingança doce e pessoal. Gostei da atuação de Bullock, ela conseguiu dar o tom necessário para sua personagem, com aquele ar superior que sempre estava um passo à frente dos problemas. Cate Blanchett junto com Sandra Bullock foram as duas melhores de todo filme. Elas conseguiram atingir uma química formidável e Blanchett esteve muito bem, criando uma personagem bem interessante, que funcionava não somente ao lado de Bullock, mas como um todo (não poderia ser diferente, Cate Blanchett é uma atriz maravilhosa).
Anne Hathaway é um encanto de mulher, dona da boca mais sexy de hollywood e de um talento sem igual. Hathaway nos ganha pelo carisma e inteligência, por nos apresentar uma personagem que se passa por boba e alvo fácil para o plano de Debbie, porém ao final ela nos surpreende, entregando uma bela reviravolta - sensacional (Anne Hathaway eu te amo). A sempre talentosa Helena Bonham Carter nos brinda com sua presença em cena, por mais que ela não tenha um "grande" destaque, mas só por ser Helena Bonham Carter já vale o ingresso. Sem falar que ela entregou uma personagem muito funcional para os planos de Debbie, se mostrando muito hábil quando necessário - Bonham Carter estava se divertindo em cena.
Sarah Paulson está bem modesta, faz bem o feijão com arroz, não compromete, mas também não se destaca. Assim como Mindy Kaling, Awkwafina e Rihanna, todas estiveram um degrau abaixo das atrizes que eu já destaquei acima - é mais decorar o texto e expor suas falas nos momentos certos e basicamente só. Ainda tivemos uma pequena participação de Dakota Fanning, como Penélope Stern, umas das celebridades que foi usada para confrontar Daphne Kluger. Uma modesta participação de Dakota em meio as atrizes consagradas - eu achei que ela fosse participar mais, uma pena.
No mais: Oito Mulheres e um Segredo é um bom filme, me prendeu, me entreteve, garantiu 2h com bastante diversão na companhia desse elenco de mulheres maravilhosas. Vale a pena conferir! [13/01/2019]