O filme é bom, não é o melhor que eu vi na vida, mas vale.
Acho que muitos não gostam porque coisas quase absurdas começam a acontecer inesperadamente. Mas a vida é assim.
E todo filme é baseado na analogia de criação e destruição da Terra.
Então, parando para analisar um pouco melhor vemos personagens bíblico em um tom moderno, pragas se instaurando, a religiosidade exacerbada e como comércio, vemos a humanidade perdendo a humanidade e sendo punida.
Uma das principais relações que posso destacar é a da "Mãe". Mulher submissa, perfeita, que quer fazer as vontades do seu homem, ignorada, desrespeitada. E que quando luta pelos seus direitos se torna a louca! A Terra também é assim e quando ela se revolta ou reflete o que sofre muitos ainda dizem não entender o porquê.
A outra relação é de um homem branco, grande, forte, idolatrado, que age como um verdadeiro Deus. Egoísta, orgulhoso e vaidoso. Acredita que tudo deve ser do seu jeito e não para para ouvir os demais. Acha que um simples perdão, um simples gesto, pode ser o recomeço de tudo. E esquece que nada é para sempre e que tudo se esgota: a fé, o amor, a devoção, a lealdade, a natureza, os homens e as mulheres.
Sobre a estética do filme, achei a sonoplastia ok, com uns súbitos silêncios bem pertinentes. A angulação das imagens são muito boas, a transição entre os "takes" é muito interessante, levando o espectador a uma sensação de confusão e perda - totalmente a proposta do filme. E a fotografia está de parabéns.
A ideia do filme é realmente boa. Mas não é um filme indicado para quem gosta de filmes tradicionais, dotados com aquela linearidade de começo, meio e fim; muito menos é indicado para quem gosta de uma trama mastigada onde tudo se explica e que pouco necessário é refletir.