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    As Panteras
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    As Panteras

    Bom dia, Elizabeth Banks

    por Laysa Zanetti

    Ao longo dos 40 anos de história de As Panteras, entre as duas séries de TV e os filmes dirigidos por McG, a franquia sempre teve mulheres em frente às telas, mas raramente por trás delas. Isso até o momento em que Elizabeth Banks assumiu o posto de diretora, roteirista, produtora e atriz do novo reboot que ninguém necessariamente pediu, mas que consegue, eventualmente, trazer algo de novo com o conforto em que existe entre cenas de ação que não poupam usar corretamente o ambiente e os cenários, e explora abertamente um humor bobo e despretensioso.

    Isso porque, apesar de manter uma premissa semelhante e familiar a todos os que conhecem a história, as Panteras e a dinâmica básica das iterações prévias, o reboot de Elizabeth Banks mantém as aparências para fazer algo que é extremamente próprio com a real história que está sendo contada. O resultado é um filme que vai além, tanto ao expandir o universo e detalhar ou questionar a organização hierárquica da corporação, quanto ao trazer a história para o Século XXI com elegância e agilidade.

    É claro, As Panteras navega nas águas da nova “onda do feminismo” que tomou Hollywood nos últimos anos, e se aproveita disso para assumir um lugar distinto entre todas as outras versões desta história que já chegaram às telas. Mas não deveria se tratar de um filme que precisa o tempo todo lembrar que esta é uma história de mulheres que se aproveitam de uma aparência supostamente ingênua, e de um instinto quase naturalizado do homem de não se sentir ameaçado pelo sexo feminino, para cumprirem suas missões e darem socos em armados e engravatados. No contraponto, é exatamente isso que o filme faz. Em muitos momentos, ele se prende desnecessariamente a uma explicação extremamente didática dos próprios objetivos, ao invés de mostrar de forma prática a que veio — do início ao fim.

    Paralelamente, vale destacar que há uma esperteza no sentido de o longa valorizar justamente as características diferentes de cada uma das três personagens principais, e este talvez seja seu maior ponto forte. Ella Balinska, provavelmente a maior revelação aqui, traz dinamismo e velocidade às cenas de ação que domina praticamente sozinha interpretando Jane; Kristen Stewart está bastante confortável sendo uma espécie de alívio cômico sarcástico como Sabina — o que não chega a ser impressionante para alguém que foi de Crepúsculo a Acima das Nuvens; e Naomi Scott (Aladdin) traz energia à falta de noção e à inocência de Elena, que faz com que a torcida para que ela ganhe suas asas seja quase imediata.

    Apesar de tudo isso, e sendo este o segundo filme de Banks na direção (o primeiro foi A Escolha Perfeita 2), existe uma certa imaturidade no sentido de um alongamento desnecessário no roteiro, com revelações presas em reviravoltas que deixam a desejar no sentido de segurar o espectador dentro da história. A gordura é perceptível quando a trama se estende e acaba se rendendo a articulações que deixam pouco para a imaginação e caem na repetitividade, facilmente evitada se o corte final fosse menos apaixonado pela ideia de levar extremamente a sério o que poderia — e deveria — ser mero artifício para se chegar à ideia de que, no fim das contas, os homens não são naturalmente mais confiáveis ou valiosos que mulheres.

    Justamente por isso, As Panteras é um filme que tenta se inserir de maneira honesta em uma narrativa atual, e acaba conquistando pela interação orgânica entre as três (ou quatro) protagonistas e por uma mensagem que não se coíbe de deixar às claras o poder feminino, mas perde em ritmo por errar a mão em momentos que não chegam a se arriscar o bastante, mostrando apenas brevemente o filme que este poderia ser, mas ainda não é.

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    Comentários

    • Geraldo Lopes
      É uma pena que empoderamento feminino esteja sendo confundindo com misandria.
    • Franklim c
      Assisti esperando um desastre, mas me surpreendi positivamente.É um filme Sessão da Tarde, cumpre bem essa finalidade.Claro que procurei ao máximo fugir de qualquer comparação com o trio da Cameron Diaz porque a diferença de carisma é um abismo, não seria justo.
    • Jackson A L
      Vale como passatempo, assim como as versões anteriores, embora os primeiros sejam melhores. Kristen fazendo comédia foi icônico kkkkk
    • Bruno [FM]
      Uma mulher pode fazer o que ela quiser - Pra quem achou que Kristen Stewart atuava de forma mecânica e igual (independente do papel que fazia), consegue ver o quanto estava enganado sobre ela com esse filme. E não estou falando de feminismo.Em contraponto, achei esse filme inferior ao de 2000. Tanto na química entre as 3 personagens principais, como na elegância típica de um filme de espionagem/ação. Trilha sonora fraquíssima! Sei lá, senti falta de uma pegada meio Smack My Bitch Up talvez. Caracterização dos personagens (tanto dos protagonistas como dos antagonistas) são bem genéricos. E as cenas de luta e ação são mais pé no chão e menos forçadas, mas sem brilho.As unicas coisas que salvam esse filme de não ser ruim, são as atuações (mesmo com um Professor Xavier já meio gagá), o humor no roteiro (mesmo que óbvio muitas vezes), e as belas homenagens aos filmes antigos das Panteras. Fora isso, o resto está bem aquém. Porém, diverte! E só o fato de não ser apenas (mais um) remake, mas se enquadrar mais como uma inesperada sequência, já eleva um pouco o quesito. Parabéns Angels!
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