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    Paixão Obsessiva
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Paixão Obsessiva

    Piada pronta

    por Renato Hermsdorff

    Julia (Rosario Dawson) é uma jornalista de sucesso, que resolve trocar São Francisco – e o emprego como editora – por uma cidade pequena, para acompanhar David (Geoff Stults), de quem está noiva. A adaptação à nova vida inclui uma enteada e o consequente convívio com a ex dele, Tessa (Katherine Heigl), uma espécie de “mulher perfeita”, aparentemente. Mas, enciumada, a “rejeitada” arma um plano, sem medir as consequências, para tirar Julia da vida de David.

    Essa é a linha central de Paixão Obsessiva, longa de estreia na direção de Denise Di Novi (experiente produtora, dos filmes baseados em livros de Nicholas Sparks, por exemplo), que pode ser encarado de duas formas: Como um suspense, como, ao que tudo indica, foi concebido originalmente; ou como uma comédia – vertente que, embora involuntária, garante um mínimo de diversão à plateia.

    Não levada a sério, a produção tem potencial para garantir boas risadas. Destaque para a vilã novelesca interpretada por Heigl – um robô de comportamento passivo-agressivo, que se movimenta em slow motion; ou para os absurdos da trama, que, sobretudo no trecho final, não fazem lá muito sentido, servindo ao propósito de “chocar” a audiência. Há até um certo êxito na construção do clima de tensão, principalmente nos dois terços iniciais do filme, porém, no geral, tudo é tão calculado e superficial, que realmente dá vontade de rir.

    Não surpreende a previsibilidade da trama (sim, você sabe como vai terminar) de Unforgettable (ou “Inesquecível”, ironicamente, o título original da “obra”): Quantos não são os filmes de ex´s que buscam vingança? (E por que são sempre elas as encrenqueiras?) Travestida de mulher forte que luta pelo que é seu, a personagem de Rosario Dawson (a atriz até tenta) nada mais é do que a repetição de um clichê que data da época da sua avó (ou bisa).

    Afinal, é a mulher que tem que abrir mão da própria vida para se ajustar ao sonho do homem; são elas que têm que digladiar (literalmente) para se mostrarem dignas do amor dele; é o macho o objetivo final da(s) fêmea(s). Não deixa de ser curioso o fato de que se trata de uma produção dirigida e escrita (Christina Hodson é a autora do roteiro) por... mulheres.

    Se é para pesar a mão na intenção, melhor rever Glenn Close em Atração Fatal. Essa, sim, uma “maluca” inesquecível (que você respeita).

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