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    Paris Pode Esperar
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Paris Pode Esperar

    Road movie gastronômico

    por Lucas Salgado

    A família Coppola é uma das principais dinastias de Hollywood. Nenhuma outra família gerou tantos importantes nomes envolvidos na produção audiovisual. Tudo começando, é claro, com Francis Ford Coppola, diretor da clássica trilogia O Poderoso Chefão, além de inúmeros longas inesquecíveis. Os filhos Sofia Coppola e Roman Coppola, a irmã Talia Shire, os sobrinhos Nicolas Cage e Jason Schwartzman... Todos conseguiram, em menor ou maior escala, um grande destaque no cinema americano. Agora é a vez da esposa, a documentarista Eleanor Coppola, que faz sua estreia no cinema de ficção com Paris Pode Esperar.

    Para seu primeiro filme de ficção, Eleanor escolheu um universo que lhe é muito familiar. O filme começa retratando um casal que está em Cannes e se prepara para deixar a cidade logo após o fim do festival. Anne (Diane Lane) é uma fotógrafa amadora que é casada com um badalado produtor de cinema (Alec Baldwin). Ela sonha em seguir sua viagem até Paris, onde o casal passaria um tempo de férias. Ele, no entanto, precisa supervisionar uma produção internacional em Budapeste.

    Decepcionada, ela aceita uma carona até a capital da França com Jacques (Arnaud Viard), sócio francês de seu marido que está a caminho de Paris. O que era para ser uma simples viagem de sete horas, se torna uma verdadeira maratona, uma vez que Jacques insiste em parar em toda cidadezinha pelo caminho para aproveitar as peculiaridades gastronômicas de cada lugar.

    É uma obra simpática, uma espécie de road movie gastronômico, embora as situações sejam realmente mais interessantes do que os personagens em si. A relação de Anne com a fotografia, por exemplo, é má explorada, com suas imagens não sendo o suficiente para transmitir a emoção que o filme pretendia. Lane está bem, lembra um pouco Sob o Sol da Toscana, mas com um roteiro bem mais problemático.

    Anne vive problemas de relacionamento com o marido, não por falta de amor, dos dois lados, mas pela constante distância entre eles. O fato de estar claro que os dois se amam e que lutam para ficar juntos, de certa forma, já cria no espectador uma recusa na possibilidade de que ela poderia se envolver com outra pessoa. É claro que a dinâmica com Jacques não é necessariamente amorosa, mas eles são colocados constantemente em momentos potencialmente românticos, que ficam menos interessantes para o espectador pelo simples fato de que não está torcendo para aquela relação dar certo.

    Sem pressa para contar sua história - o que faz até sentido diante do estado de espera presente no título -, o filme possui alguns problemas de ritmo. Mas a questão principal é mesmo narrativa e do poder de contar a história. A verdade é que toda beleza que vemos em cena não é transmitida pelo roteiro.

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