O cinema brasileiro evoluiu muito nos últimos anos. Mas este filme, vai na contramão desta evolução, sendo, portanto, um exemplo típico do desperdício do dinheiro público para seu financiamento.
A história, em geral, é muito monótona e contraditória sobre as reais mensagens a serem passadas. Tenta mostrar sua protagonista como uma mulher de princípios e personalidade forte, resistente às investidas de uma construtora na compra do apartamento em um prédio antigo, e no qual somente ela ainda mora. Mas por outro lado, essa mesma mulher, ainda bonita apesar da idade, rende-se às dificuldades em arrumar um companheiro e apela para um garoto de programa (um estranho) para satisfazer suas necessidades sexuais. E, pior, o recebe em seu apartamento (é desnecessário falar sobre os riscos dessa atitude).
Além disso, o filme possui cenas de sexo – apesar de poucas – porém totalmente fora de contexto, e uma exploração quase totalitária da figura da Sonia Braga, pois os demais atores tem aparições quase relâmpago. Apesar da Sonia ter tido uma bela atuação, a história é cansativa e, apesar de longa (2 h 46 min), não há nada que possa prender a atenção do telespectador. E quando todos pensavam que enfim, iria acontecer alguma coisa, o filme termina de repente.
Ao que parece, o autor queria passar a mensagem do “politicamente correto”, defendendo o direito dos oprimidos em frente aos poderosos e protestando contra a discriminação em geral. Contudo, ele não pensou duas vezes em mostrar a figura de uma babá negra como autora de vários roubos na casa da sua patroa (?!).
Foi surpresa saber que esse filme teve a pretensão ser o representante brasileiro ao Oscar, e quando não foi indicado, houve quem alegasse que foi devido aos seus integrantes terem feito protestos políticos em Cannes.