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    Jovens Bruxas – Nova Irmandade
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Jovens Bruxas – Nova Irmandade
    por Barbara Demerov

    Apesar de fazer sentido ao ser divulgado como sequência do filme de 1996, Jovens Bruxas - Nova Irmandade também se encaixa como um reboot discreto e até mais atenuado no terror. Contando com um novo quarteto de jovens atrizes -- Cailee Spaeny, Gideon Adlon, Lovie Simone e Zoey Luna --, o filme dirigido por Zoe Lister-Jones acerta o alvo ao apresentar as protagonistas e a amizade que surge entre elas, mas a narrativa se apoia essencialmente nesta dinâmica e acaba não trazendo tanto conteúdo para deixá-la com um ritmo eficaz.

    A definição de sequência também se encaixa no fato de o filme não explicar quando ou como Lily, Frankie, Tabby e Lourdes adquiriram seus poderes. Dentro de todo o contexto do mundo secreto das bruxas, a diretora espera que o espectador já saiba que a história individual de cada jovem não importa mais do que a história construída em conjunto. Isso pode ser um agente complicador para quem espera ver uma história que explique um pouco este universo mágico, mas acaba que ele também não chega a ser tão explorado no filme.

    Dando mais destaque para a personagem Lily, que chega à uma nova cidade com a mãe para morar com seu padrasto, Jovens Bruxas - Nova Irmandade apresenta a jovem já como alguém que tem certa consciência de que possui poderes. Não demora muito para que ela se encaixe no mesmo mundo de Tabby, Frankie e Lourdes, e não há nenhuma surpresa nisso (nem para elas, nem para o espectador). Todo o caminho feito até as quatro se unirem como amigas e bruxas, usufruindo de seus poderes, é feito de maneira leve e com foco direto na sororidade.

    Jovens Bruxas acerta na escolha de seu novo quarteto, mas há pouco espaço para a magia e muito mais para o drama

    São bons os momentos em que o quarteto treina em conjunto após as aulas, mas essa dinâmica jovial, apesar de divertida, não leva o filme para frente em questões narrativas. Jovens Bruxas - Nova Irmandade introduz um possível antagonista no início, mas ele é esquecido por todo o tempo apenas para ser apresentado "oficialmente" num apressado último ato. Nos dois primeiros terços do filme, tudo se volta para o mundo teen das bruxas e no desafio que elas mesmas se impõem para corrigir as atitudes de um colega da escola. Nesta parte também há demora na construção da problemática -- e, quando ela enfim acontece, tudo se embaraça ao lado do vilão.

    Jovens Bruxas - Nova Irmandade ganha sua dose de carisma através das protagonistas, mas a história certamente fluiria de maneira mais consistente se o roteiro afiasse um pouco mais o cenário no geral, não somente a temática relacionada à magia. Ao dar tanta atenção ao micro-universo das bruxas, o filme entrega uma dose de nostalgia bem-vinda ao público curioso, mas falha na criação de uma história com camadas capazes de explorar não só o obscuro como as consequências de se ter poderes tão marcantes. Até mesmo os problemas que acontecem dentro do quarteto soam vazios, como se fossem introduzidos apenas para trazer o mínimo de conflito.

    Através do drama familiar envolvendo Lily, o filme parece ter como único foco abrir caminho para a cena final, que não só amplia o universo de Jovens Bruxas como entrega um gancho para uma possível sequência. Ou seja: o longa se apressa para chegar a um final que, sem dúvidas, é empolgante por conta da conexão, mas o desenrolar da narrativa se contenta em apresentar twists mal explicados e arcos individuais pouco aprofundados. Isso tira o poder das meninas e da própria história, que não equilibra tão bem o drama com o sobrenatural.

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